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Indústria de petróleo e gás reforça aposta na continuidade da exploração e produção

Nos quatro dias da ROG.e, representantes do setor defenderam continuação das atividades

Magda Chambriard, presidente da Petrobras, em entrevista ao estúdio eixos durante a ROG.e no Rio, em 25/9/2024 (Foto Vitor Curi/eixos)
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, concede entrevista exclusiva ao estúdio eixos, diretamente da ROG.e 2024 no Rio | Foto Victor Curi/eixos

NESTA EDIÇÃO. Os argumentos a favor da continuidade da exploração e produção de petróleo e gás invadem o Rio de Janeiro. 

Arcabouço regulatório precisa acompanhar amadurecimento das bacias, defende TotalEnergies.

Brasil está no limite do tempo para decidir sobre novas fronteiras, diz Décio Oddone. 

Brava vai assumir participação da ExxonMobil em Sergipe-Alagoas. 

O leilão do gás da União. 

Mais um capítulo na transferência da Amazonas Energia para Âmbar. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

Exploração e produção. A semana foi marcada pela defesa da continuidade da exploração e produção de petróleo e gás no Brasil e da melhoria do ambiente de negócios para o setor. 

Ao longo dos últimos quatro dias, na ROG.e no Rio de Janeiro, representantes defenderam a perpetuação da indústria.

  • É o oposto do que tem defendido a ala ambiental do governo, que acredita no fim da abertura de novas fronteiras de exploração no país. 
  •  O evento, inclusive, teve manifestações de grupos de defesa do meio ambiente, como o Greenpeace e o ClimaInfo. 

Um dos principais argumentos ouvidos nos últimos dias no Boulevard Olímpico, no Rio, é que o Brasil precisa avançar na exploração para repor reservas e evitar se tornar um importador de petróleo na próxima década, já que a demanda pelos fósseis continua a crescer. 

O uso dos recursos do petróleo para financiar a transição energética e desenvolver o país também foi mencionado. Novos negócios, como o hidrogênio e os biocombustíveis, ainda são vistos como complementares à atividade principal da indústria. 

Houve, ainda, defesa de melhorias na regulação para as petroleiras grandes – que convivem com o declínio das reservas no pré-sal – e das independentes, que querem aumentar a recuperação em campos maduros. 

  • Muitas conversas giraram em torno da redução das emissões na indústria, mas sob a lógica da continuação da atividade principal, que é a produção de combustíveis fósseis.
  •  Um tema que ganhou espaço este ano foi a transição na mobilidade, o que aponta que a indústria está atenta a uma maior multiplicidade de fontes no consumo final. 

Outro ponto levantado por diversos executivos foi a necessidade de maior diálogo do governo no mercado de gás. O argumento surge na esteira do programa Gás Para Empregar.

Nesta sexta-feira (27/9), o presidente Lula (PT) deve receber a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em Brasília, conforme a agenda oficial. Lula também defendeu esta semana, na ONU, que o Brasil continue explorando petróleo.

Confira a primeira entrevista exclusiva da CEO da Petrobras após assumir o cargo, concedida esta semana à agência eixos



Regulação deve buscar manter a produção. O arcabouço regulatório para o setor de petróleo e gás precisa acompanhar o amadurecimento das bacias, de modo a estender a vida útil dos campos e manter a produção por mais tempo, defendeu o diretor-geral da TotalEnergies no Brasil, Charles Fernandes. O executivo lembrou que o pré-sal hoje já é considerado uma região madura.

Mercado aquecido. O mercado de fornecimento nacional está aquecido, o que tem impactado os preços, prazos e condições de contratação de serviços e equipamentos no setor de petróleo e gás, segundo o diretor de operações da Prio, Francilmar Fernandes.

No limite. O CEO da Brava Energia, Décio Oddone, acredita que o Brasil está no limite do tempo para decidir se vai explorar novas fronteiras e evitar o declínio da produção de petróleo e gás na próxima década. O executivo lembrou que ainda não está claro de qual região poderia vir uma eventual expansão futura no país, por isso, é importante avançar com os movimentos de exploração.

Brava assume blocos em Sergipe-Alagoas. A ExxonMobil iniciou a cessão da sua participação de 50% nos oito blocos da Bacia de Sergipe-Alagoas para a Brava (junção entre 3R e Enauta). Se a operação for aprovada, a Brava, que atualmente detém participação de 30% nos blocos, passará a ter 100%, com a cessão dos outros 20% da Murphy Oil. A venda está em análise na Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade).

Petrobras quer estender vida útil dos projetos. A Petrobras tem planos para revitalizar parte das plataformas de petróleo que entraram em descomissionamento e estender a vida útil dos campos, segundo a presidente da companhia, Magda Chambriard. 

Suriname e Argentina. A estatal anunciou também parcerias com a estatal do Suriname, Staatsolie, e com YPF da Argentina, para analisar o desenvolvimento conjunto de negócios no segmento de E&P.

Redução no QAV. Na segunda queda consecutiva, o preço médio do querosene de aviação (QAV) da Petrobras terá redução média de 9,1% para as distribuidoras a partir de 1º de outubro. É uma diminuição de R$ 0,34 por litro.

Leilão do gás da União. A PPSA pretende realizar o seu primeiro leilão de gás no segundo semestre de 2025. O certame, no entanto, ainda depende da estratégia que será adotada e definições internas por parte do governo e do Ministério de Minas e Energia (MME).

Karoon no gás. A petroleira australiana Karoon enxerga oportunidades para entrar no mercado de gás natural em longo prazo no Brasil, segundo o CEO global, Julian Fowles. Atualmente, a companhia produz no país apenas gás associado à produção de petróleo. 

Plano Integrado de Gás. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) espera que a primeira edição do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano seja publicada pelo governo em 2025, disse nesta quinta (26/9) a diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da estatal do planejamento energético, Heloísa Borges. Um dos principais objetivos do Plano Integrado é ajudar a casar a oferta e demanda do mercado de gás.

Comitê do Gás traz riscos para regulação. O novo Comitê de Monitoramento do Setor de Gás Natural (CMSGN), instituído esta semana pelo Ministério de Minas e Energia (MME) por portaria, traz um risco para o funcionamento do atual arcabouço regulatório, avalia o professor do Instituto de Energia da PUC-Rio, Edmar de Almeida.

Bunker One mira crescimento no Norte e Nordeste. O crescimento do agronegócio no Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) é uma das principais oportunidades de investimentos para a Bunker One no Brasil segundo o CEO da companhia, Flávio Ribeiro. No setor de petróleo e gás, o executivo acredita que as próximas oportunidades estarão sobretudo na região da Margem Equatorial.

Recuperação judicial da Copape. Chamado a se posicionar na ação em que a Copape pede recuperação judicial, o Ministério Público de São Paulo disse entender que a estratégia jurídica da formuladora de combustíveis “beira a litigância de má-fé”. A empresa teve a autorização revogada cautelarmente em julho por determinação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A crítica do MP-SP se deve ao fato de que a Copape e sua distribuidora, a Aster, utilizaram o pedido de recuperação judicial na Comarca de Guarulhos (SP) para tentar obter liminar contrária à decisão da ANP.

Aneel recorre de decisão para transferência da Amazonas Energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recorreu nesta quinta-feira (26/9) da decisão que determinava a transferência da Amazonas Energia para a Âmbar Energia. Na segunda-feira, a 1ª Vara Federal do Amazonas havia determinado que a Aneel autorizasse a Âmbar a assumir o controle da empresa em até 48 horas. A Aneel solicitou a suspensão da liminar, para afastar a possibilidade de que o processo ocorra de forma apressada. A área técnica da agência já se manifestou contra a transferência