RIO — A AMG Lithium inaugurou na última quarta (18/9), na Alemanha, a primeira refinaria de hidróxido de lítio da Europa. Grande parte do lítio refinado na nova planta virá do Brasil.
A refinaria tem uma capacidade anual de produção de 20 mil toneladas de hidróxido de lítio, quantidade suficiente para equipar cerca de 500 mil veículos elétricos.
Até 2030, a expectativa da AMG é expandir a produção para 100 mil toneladas anuais, o que representaria 14% do mercado europeu.
A inauguração da planta é um marco significativo para a Europa, que vem fazendo esforços para fortalecer a cadeia de fornecimento de lítio no continente e diminuir sua dependência da China, por meio do programa European Critical Raw Materials Act.
“Com a refinaria, somos os primeiros a nos mover, fazendo uma contribuição decisiva para garantir o fornecimento da matéria-prima crítica lítio para a indústria na Alemanha e na Europa”, disse o CEO da AMG, Heinz Schimmelbusch.
“O estabelecimento de nossa própria cadeia de valor completa de lítio também contribui para o European Critical Raw Materials Act e oferece maior independência para matérias-primas e materiais críticos”, disse ele.
Lítio brasileiro
Grande parte do lítio refinado na nova planta virá do Brasil. A AMG Critical Materials, responsável pela mineração em Minas Gerais, anunciou em maio que suas operações no Brasil estão em plena expansão.
A planta brasileira de concentrado de lítio está no caminho para alcançar sua capacidade máxima de 130 mil toneladas por ano até o final de 2024, um aumento significativo em relação à capacidade anterior de 90 mil toneladas anuais.
Alemãs interessadas na cadeia de minerais críticos do Brasil
Uma parceria importante que vem se desenhando entre Brasil e Alemanha é no campo dos minerais críticos essenciais para a transição energética.
Segundo uma fonte do Ministério para Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha ouvida pela agência eixos, o interesse das empresas alemãs é enorme, seja como fornecedoras de tecnologia ou engenharia, como também por empresas interessadas em investir em minas e construir uma cadeia de suprimentos no Brasil.
Em março, o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério da Economia e Ação Climática da Alemanha assinaram uma declaração conjunta de intenções para cooperação nas áreas de extração e beneficiamento de recursos minerais.