NESTA EDIÇÃO.A “superquarta” com decisões sobre os juros no Brasil e nos EUA que podem afetar a demanda e a cotação do petróleo.
Petrobras promete R$ 20 bilhões em investimentos na Reduc e no antigo Comperj. Lula defende investimentos em renováveis.
Braskem no mercado livre de gás.
O calendário de leilões do setor elétrico. E as definições para o CCS no Combustível do Futuro.
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Mercado de petróleo de olho nos juros
Política monetária. A semana que começa terá decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, que podem impactar os preços e a demanda por petróleo e combustíveis.
No dia 18/9 acontece a “superquarta”, com reuniões do Banco Central Americano (FED, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária (Copom).
- Se nos EUA a expectativa é de queda nos juros, no Brasil, o mercado vê risco de aumento.
- Caso se confirme, o corte na taxa dos EUA será o primeiro desde a pandemia
- Já no Brasil, a sinalização para o aumento dos juros ganhou espaço depois do resultado positivo para o PIB do segundo trimestre.
Na semana passada, o barril de petróleo caiu abaixo dos US$ 70 pela primeira vez desde dezembro de 2021.
É o menor nível de preços desde o início da guerra da Ucrânia e das sanções à Rússia, que impactaram o suprimento global nos últimos anos.
O menor nível de preços para o barril nos últimos dias já reflete a expectativa de desaquecimento e baixa demanda para o petróleo, sobretudo no mercado asiático.
Ainda assim, as cotações encerraram a semana em leve recuperação, em meio à passagem do furacão Francine na costa dos Estados Unidos.
- Na sexta (13/9), o barril tipo Brent fechou em US$ 72,96, enquanto o WTI ficou em US$ 69,77.
Petrobras investe R$ 20 bilhões. A Petrobras vai investir R$ 20 bilhões no antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e na ampliação da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. Segundo Chambriard, serão investidos R$ 13 bilhões no Complexo de Energias Boaventura, antigo polo GasLub, e terceiro batismo do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Nesta sexta (13/9), foi inaugurada a estrutura que processará gás natural do pré-sal, que chegará à unidade por meio do gasoduto Rota 3.
Lula defende investimentos em renováveis. No evento de inauguração do complexo da Petrobras em Itaboraí, o presidente Lula (PT) disse que a Petrobras será a maior empresa produtora de biocombustíveis, etanol e hidrogênio verde depois que a indústria do petróleo acabar. O presidente também criticou as privatizações da Vale (feita no governo Fernando Henrique Cardoso) e da Liquigás, Eletrobras e BR Distribuidora (no governo Jair Bolsonaro).
Braskem no mercado livre de gás. A petroquímica Braskem, por meio de sua comercializadora Voqen, prepara sua estreia no mercado livre de gás natural. Esta semana, a companhia recebeu autorização da Agergs, a agência reguladora do Rio Grande do Sul, para avançar nas negociações com a Sulgás, a distribuidora local, para viabilizar a migração.
Avanço no licenciamento de PCHs. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou os despachos que permitem o avanço no licenciamento ambiental de 19 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Os despachos têm a finalidade de permitir aos empreendimentos a solicitação das respectivas licenças ambientais perante os órgãos competentes.
Calendário de leilões do setor elétrico. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), anunciou a abertura de uma consulta pública para realizar um leilão para a contratação de baterias. O certame será mais uma das contratações previstas para o setor elétrico em 2024 e 2025. Confira o calendário previsto para esses leilões.
Mais uma discussão sobre o constrained-off. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai analisar um novo pedido da New Energy Options para receber R$ 16,9 milhões de indenização por meio de contratos do Proinfa. É mais uma discussão envolvendo o constrained-off de geradores com parques eólicos no Nordeste. Após ter um pedido negado pela Aneel, em junho, a companhia recorreu à ENBPar, estatal criada com a privatização da Eletrobras.
Iberdrola e bp no hidrogênio verde. A petroleira bp e a Iberdrola anunciaram a decisão final de investimento para a construção de uma planta de hidrogênio verde, que irá abastecer a refinaria de Castellón, na Espanha – hoje operada pela bp. O projeto é o primeiro desenvolvido pelas duas empresas por meio da joint venture Castellón Green Hydrogen S.L., com participação igualitária.
Parceria Espanha-China para eletrolisadores. Ainda no tema do hidrogênio, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, assinou um memorando de entendimento com a empresa chinesa Envision Energy, que espera investir US$ 1 bilhão em uma planta de fabricação de eletrolisadores no país europeu. Os eletrolisadores são equipamentos responsáveis por fazer a separação de moléculas de água para a síntese do hidrogênio verde, quando alimentados por energias renováveis.
Arrecadação do petróleo na proteção da Amazônia. O governo pode ter que aplicar parte dos ganhos da produção petrolífera – como royalties – na proteção da Floresta Amazônica e dos povos tradicionais. Um projeto de lei do senador Randolfe Rodrigues (PT/AP) destina 20% dos recursos do Fundo Especial do Petróleo (FEP) a projetos em áreas afetadas pela atividade petrolífera. O PL 13/2024 deve ser incluído na pauta da Comissão de Meio Ambiente (CMA) pela presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT/DF).
Seca na Amazônia. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) emitiu autorizações temporárias para reduzir os impactos da seca severa que afeta a navegação na região amazônica em 2024. A agência autorizou a adaptação provisória de terminais e a criação de bases de apoio, o que permitirá a continuidade da movimentação de cargas, como combustíveis e contêineres, necessários para o abastecimento das comunidades e a operação da economia local.
Crédito para reflorestamento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou o BNDES Florestas Crédito, um programa com R$ 1 bilhão destinado a incentivar investimentos privados no setor florestal, especialmente na restauração de espécies nativas e em práticas de manejo florestal. O objetivo é promover a recuperação de áreas degradadas, atender ao Código Florestal e fortalecer a bioeconomia.
Princípios da bioeconomia no G20. A diretora executiva para a América Latina da Fundação Ellen MacArthur, Luisa Santiago, chama atenção para a inclusão de conceitos da economia circular como um componente central da bioeconomia. O esforço do Brasil em liderar a agenda da sustentabilidade resultou na publicação, na semana passada, dos 10 Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia pelo G20, com conceitos para economia circular que alcançam, inclusive, a produção de energia e combustíveis renováveis.
Disputa de áreas para captura de carbono. O projeto de lei do Combustível do Futuro (PL 528/2020), encaminhado para sanção presidencial, trouxe definições importantes para a atividade de captura e armazenamento de carbono (CCS), mas deixou incertezas que agora caem no colo da regulamentação. Uma das principais alterações aprovadas e que foi recebida de maneira positiva pelo setor foi a retirada da exigência do contrato de permissão para o exercício das atividades de CCS, que constava no texto vindo do Senado.
Pacto pela equidade de gênero. Dezoito iniciativas dos setores de energia e mineração vão assinar, no dia 23 de setembro, o Pacto pela Equidade de Gênero na Energia. Encabeçado pelo grupo Sim, Elas Existem, que promove diversidade e inclusão nas áreas, o documento visa somar esforços na pauta de liderança feminina na indústria.