NESTA EDIÇÃO.Preços do barril de petróleo podem cair nos próximos meses, com possível corte de juros nos EUA e retorno da produção reprimida da Opep+. No Brasil, mercado vê risco de alta nos juros.
Bolívia se prepara para transportar gás argentino. Arsesp adia revisão tarifária.
Prorrogação dos incentivos à geração distribuída gera críticas. MME e EPE estudam impactos das mudanças climáticas no sistema elétrico.
União Europeia promete subsídio para hidrogênio sul-africano.
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Preços do barril têm viés de baixa
Barril em queda. Os preços do petróleo podem cair nos próximos meses, com as expectativas sobre a redução na taxa de juros nos Estados Unidos e o retorno ao mercado da produção reprimida da Opep.
Na segunda-feira (9/9), o barril tipo Brent fechou a US$ 71,84, numa alta de 1,09%, enquanto o WTI subiu 1,54%, e encerrou o dia a US$ 69,71.
A commodity vinha em uma sequência de quedas na semana passada, que foi revertida no começo desta semana.
A mudança ocorreu depois que a Opep e aliados decidiram estender por dois meses os cortes de produção antes previstos para terminar em setembro.
- Com o adiamento do relaxamento das restrições à produção na Opep+, os oito principais membros da coalizão adiaram para dezembro a expansão da produção antes prevista para outubro e novembro.
Apesar disso, o viés para os preços do barril segue de queda.
Na próxima semana, acontece a “Superquarta”, com decisões sobre os juros nos EUA e no Brasil.
- Enquanto nos EUA a expectativa é de queda nos juros, no Brasil, o mercado vê risco de aumento.
A redução nos juros nos EUA favorece o comércio de commodities de energia e estimula o consumo e o investimento. Além disso, também diminuiu os custos de seguro, armazenamento e transporte.
No Brasil, o Boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira passou a prever o aumento da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, de 10,5% para 10,75%. A sinalização ocorre depois do resultado do PIB do segundo trimestre vir acima do esperado.
Os movimentos tendem a impactar os preços internos de combustíveis, que sofrem influência sobretudo das cotações definidas pela Petrobras, influenciadas pelo preço do barril e do câmbio, entre outros fatores, como a concorrência interna.
Bolívia se prepara para movimentar gás argentino. O governo da Bolívia publicou um decreto que amplia as competências da estatal YPFB e formaliza, assim, a criação do serviço de trânsito internacional que permitirá o envio de gás natural da Argentina rumo ao Brasil, pela malha de gasodutos do país andino. A YPFB será a responsável por prestar, aos vendedores e compradores internacionais, os serviços de recepção, programação, transporte internacional e entrega de gás natural.
Arsesp adia revisão tarifária. A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) adiou para junho de 2025 a conclusão da 5ª Revisão Tarifária da Comgás e Necta. Ambos os processos estavam, inicialmente, previstos para ocorrer até o fim deste ano. O cronograma da revisão das tarifas da Naturgy (São Paulo Sul), por sua vez, foi mantido, com previsão de conclusão até maio do ano que vem. O regulador paulista atribuiu o atraso às mudanças na Lei de Licitações que passaram a valer este ano.
Petrobras e Gerdau. A Petrobras e a Gerdau firmaram um memorando de entendimento para explorar potenciais parcerias quanto às estratégias de diversificação e descarbonização de ambas as empresas. A parceria envolve a avaliação de potenciais modelos de negócio para combustíveis de baixo carbono, hidrogênio e CCS.
Críticas aos incentivos para GD. Associações do setor elétrico emitiram uma carta conjunta com críticas à emenda aprovada no Senado Federal que amplia subsídios aos sistemas de minigeração solar distribuída. A medida foi inserida no Projeto de Lei do Combustível do Futuro (PL 528/2020) e prolonga de 12 para 30 meses o período de transição da lei que regulamenta a minigeração distribuída, além de aumentar o número de projetos que continuarão a receber subsídios até 2045.
Impactos das mudanças climáticas no sistema elétrico. O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) iniciaram um estudo para simular o impacto de possíveis mudanças climáticas sobre o sistema elétrico brasileiro. Entre os fatores que serão analisados estão a temperatura, a precipitação, o vento e a irradiação solar. O projeto é parte da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.
Governos e o enfrentamento à crise climática. Entre as maiores economias do mundo, há uma percepção de que as ações humanas estão levando a natureza a um ponto de não retorno e é preciso agir imediatamente, mas seus governos não estão no caminho. Ao mesmo tempo, pessoas que vivem em nações emergentes percebem-se mais expostas a secas, inundações e clima extremo. Leia na Diálogos da Transição.
Financiamento climático. O Tesouro Nacional fará o primeiro leilão para que os bancos possam tomar uma linha de crédito subsidiada para financiar projetos da economia verde. Trata-se do primeiro passo concreto do Eco Invest, programa criado no primeiro semestre para atrair capital privado internacional para financiar a transição da economia do país para baixo carbono. (Reset)
Laranja com crédito de carbono. A Embrapa quantificou quanto seria o preço de uma tonelada de carbono retirado ou não emitido pela citricultura no Brasil: US$ 7,72. O estudo mostra que cada hectare de citros chega a estocar duas toneladas de carbono por ano, o que pode ampliar a renda dos produtores com a venda dos créditos gerados. (Estadão)
Hidrogênio na África do Sul. A União Europeia prometeu nesta segunda dar à África do Sul dois subsídios no valor de cerca de US$ 35 milhões para acelerar seus planos de hidrogênio verde. Serão 140 milhões de rands (US$ 7,8 milhões) para ajudar a estatal Transnet com custos de infraestrutura, apoiando ferrovias, portos, oleodutos e outras áreas logísticas. Outros 25 milhões de euros (US$ 27,6 milhões) serão para ajudar no desenvolvimento da cadeia de valor de hidrogênio verde. (Reuters)
Linhas de transmissão. A Siemens Energy firmou com a Eletrobras uma série de contratos para modernização de ativos de transmissão no Sistema Interligado Nacional (SIN), num total de mais de R$ 300 milhões. Estão previstas renovação de subestações, substituição de disjuntores, fornecimento de novos bancos série de compensação reativa, além de sistemas de monitoramento de transformadores para correntes contínuas de alta tensão. Entre os projetos contemplados, está o de modernização da subestação Grajaú, responsável por quase 40% do abastecimento de energia da cidade do Rio de Janeiro.
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