Aceleração da transição

Paten, de criação do Fundo Verde, será votado em outubro, no Senado

Comissão de Infraestrutura do Senado realizou audiência nesta quinta para ouvir dos setores propostas de alteração

BRASÍLIA – O relator do Projeto de Lei do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), Laércio Oliveira (PP/SE), disse em audiência pública nesta quinta (5/9), na Comissão de Infraestrutura do Senado, que pretende encaminhar o texto para votação no início de outubro. Veja a integra da audiência acima.

A proposta que institui o Paten (PL 327/2021) busca incentivar projetos de desenvolvimento sustentável com recursos de créditos das empresas junto à União. Prevê, ainda, a criação do Fundo Verde, a ser administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Com a relatoria de Laércio Oliveira, o estímulo ao gás natural ganhou força. O argumento é de que o gás é o combustível da transição e fonte importante para prover a segurança energética, em decorrência das intermitências das renováveis.

Segundo ele, o relatório está sendo fechado para votação no início de outubro. 

A Comissão de Infraestrutura (CI) realizou uma audiência nesta quinta (5/9), segundo Laércio Oliveira, para ouvir dos setores propostas de alterações. 

O projeto lista uma série de setores que poderão ser enquadrados, como novas cadeias industriais e a geração de energia.

Há uma corrida entre os agentes para entrar na lista. A Câmara dos Deputados, por exemplo, optou por deixar de fora as grandes hidrelétricas (UHEs).

Corrida pela inclusão de fontes

A Abrage (Empresas Geradoras de Energia) defendeu o enquadramento das hidrelétricas, argumentando que são fontes firmes e flexíveis, que podem dar segurança ao sistema elétrico. 

O texto aprovado na Câmara dos Deputados lista uma série de projetos de geração, inclui as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), mas deixou de fora usinas de grande porte (UHEs). 

Segundo a entidade, com o próximo leilão de reserva de capacidade, em estudo pelo Ministério de Minas e Energia (MME), podem ser adicionados até 7,5 GW com a expansão, modernização de hidrelétricas ou investimentos em usinas reversíveis.

É o caso também da Abdan, que pediu a inclusão da energia nuclear, destacando que não emite CO2 e pode ser instalada próximo às cidades, sem necessidade de muitas linhas de transmissão.

Já a Abren (resíduos sólidos),também defendeu a incineração para geração de energia, como solução para redução de lixões nas cidades brasileiras também deveria ser contemplada.

Abeeólica (eólica) e Absolar (solar), bem como a ABGD (geração distribuída) manifestaram apoio ao texto da Câmara.