BNDES tem diálogos avançados para privatizar distribuidoras de gás

Governador Eduardo Leite e presidente do BNDES, Gustavo Montezano, assinam o contrato de estruturação para a modelagem de privatização da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) e da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) (Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)
Governador Eduardo Leite e presidente do BNDES, Gustavo Montezano, assinam o contrato de estruturação para a modelagem de privatização da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) e da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) (Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que o banco tem diálogos avançados com Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul para viabilizar a privatização de distribuidoras estaduais de gás.

Em entrevista à CNN, o executivo listou ainda Santa Catarina e afirmou que existe a possibilidade de fazer um acordo com estados do Nordeste para agrupar distribuidoras locais  e “fazer uma operação mais robusta e de maior atratividade para o investidor”.

Segundo Montezano, a aprovação da Lei do Gás no Congresso e a abertura do mercado de gás vão representar um ganho muito substancial para a cadeia produtiva brasileira.

“A gente vai baratear a energia no nosso país e torná-la mais limpa”, disse.

O presidente do BNDES listou o setor de infraestrutura de gás, a área de saneamento básico e os parques nacionais como os três setores que o BNDES considera uma “nova fronteira de conhecimento para o banco e para o Brasil, onde a gente acha que tem muito valor a ser extraído para a nossa sociedade” e frisou que “têm efetivamente o poder de transformar o Brasil” em questões ambientais, sociais, matriz energética ou destravamento de valor de ativos.

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Momento é oportuno para privatização da Eletrobras

Montezano ainda afirmou que a eventual privatização da Eletrobras viria em um momento proveitoso para o mercado, mas frisou que o debate acerca da venda da companhia e da PPSA ainda é tema de diálogo entre o Legislativo e o governo federal.

“Tão logo o nosso cliente, o governo federal, representado pelo Executivo e pelo Congresso, nos dê o sinal verde, a gente está pronto para entrar em curso e fazer esse trabalho de colocar as operações de pé e levá-las a mercado”, afirma.

De acordo com ele, a modelagem para privatização da Eletrobras já está adiantada. No caso do Porto de Santos, ele afirmou que o  banco já inicia estudos sobre modelos de privatização que devem levar de 12 a 18 meses.

Perguntado sobre o foco do BNDES em sustentabilidade, Montezano afirmou que o banco tem funcionado como um articulador, “ajudando a debater as novas métricas” entre o setor público e o setor privado.

O presidente do banco de desenvolvimento mencionou a recente assinatura para liberação de R$ 15,3 bilhões em recursos para socorrer o setor elétrico, a chamada Conta-Covid, que classificou como uma operação “muito bem estruturada”, e a criação de uma linha de socorro ao setor sucroalcooleiro.

Para ele, o comportamento de ambos os mercados mostra que os setores, de maneira geral, suportaram bem o período da crise até agora, o que permite ao BNDES focar sua atenção no socorro a micro, pequenos e médios empresários, o que citou como o principal papel do BNDES no período de pandemia causada pelo novo coronavírus.

O BNDES lançou cerca de 10 programas de crédito em parceria com o Ministério da Economia ou de forma independente, que somaram cerca de R$ 10 bilhões em recursos disponibilizados.

De acordo com ele, a aprovação no Congresso de propostas que envolvem medidas de liberação de crédito deve provocar “uma irrigação bem mais substancial” de recursos para os pequenos empresários a partir de agosto.

O executivo ainda afirmou que o BNDES hoje se vê em uma situação bem mais confortável para vender papéis de companhias das quais é acionista. “O mercado já está normalizado”.

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