A ministra da Agricultura, Tereza Cristina defendeu neste fim de semana estímulos para que os créditos de descarbonização (CBIOs), do RenovaBio, sejam mais atrativos para investidores nacionais e estrangeiros.
“Ele [o CBIO] precisa ser mais barato. Tenho convicção que este título em breve será muito atraente para os investidores que queiram comprar títulos verdes”, disse a ministra em entrevista à CNN, no domingo (19)
Tereza Cristina disse manter interlocução com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) a respeito da tributação do CBIO, que hoje é um dos principais entraves para a decolagem do programa.
Atualmente, circula entre os ministérios uma proposta de medida provisória que estabelece um modelo tributário definitivo.
Segundo a proposta, não haveria tributação sobre ganhos líquidos com a compra e venda de CBIOs em 2020. Seria aplicada uma tributação gradual a partir do ano que vem, começando com 5% em 2021, 10% em 2022, e chegando até 15% em 2023 e nos anos seguintes.
A comercialização dos créditos de carbono movimentou R$ 409 mil entre o dias 10 e 17 de julho, de acordo com dados mais recentes da B3, que opera a Bolsa de Valores de São Paulo.
Em onze operações nesse período, os CBIOs foram negociados a R$ 20, próximo do maior valor já registrado até o momento de R$ 21 por ativo, totalizando R$ 628 mil e 33,688 mil créditos vendidos. O preço médio do CBIO ponderado pelo volume de créditos comercializados é de R$19,21.
Internacionalização
Para a ministra, o setor sucroenergético sofreu nos últimos meses “uma tempestade perfeita”, se referindo à queda no preço do petróleo e à redução na demanda como efeito da pandemia de covid-19.
“O setor está retomando. O petróleo subiu um pouco. Mas políticas públicas são muito importantes para nortear esse setor tão importante para nossa economia, e para a bioeconomia”, afirmou Tereza Cristina.
Segundo ela, há oportunidades do etanol no mercado externo, havendo grande interesse de países como China e Índia no programa brasileiro de produção do biocombustível, bem como no Renovabio.
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“Esse programa, quando a gente mostrou na Índia, eles ficaram encantados. Porque resolve um problema das grandes capitais do mundo, como Nova Deli, que possui um problema enorme de poluição. E que se usar um pouco de etanol, 10%, nós não teríamos etanol para fornecer para a Índia”, explicou a ministra.
“A Índia era uma esperança que eu tinha de fazer um trabalho mais efetivo esse ano. Gostaria de já ter voltado à índia, se não fosse a pandemia, porque eu vejo grandes oportunidades para o mercado brasileiro”.
Tereza Cristina afirmou que o Ministério da Agricultura, junto com outros ministros, vem trabalhando para transformar o etanol em uma commodity .
“O ministro Paulo Guedes sabe que precisamos tornar o etanol em um commodity, e o ministro Bento também (…) Para o etanol se tornar uma commodity ele precisa ser mais vendido, fazer uma propaganda maior desse produto. Porque o setor sucroenergético é um programa de sucesso, de sustentabilidade, de energia limpa”.
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