Cade avalia abertura de inquérito para investigar preços de GLP-13 nacionais e de importação

Botijões de 13 kg de GLP
Botijões de 13 kg de GLP

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou um procedimento preparatório que pode levar a abertura de um inquérito para investigar práticas anticompetitivas da Petrobras no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP).

— Análise leva em conta que preços praticados pela Petrobras para os botijões de 13kg, usados nas residências, estiveram mais altos do que os preços internacionais em fevereiro. O preço do GLP P13 da Petrobras foi de R$ 26,79, enquanto a paridade de importação (PPI) em Suape (PE) foi de R$ 21,19 e em Santos (SP), de R$ 22,07.

Composição de preços do GLP-13, com base em informações da ANP (Cade)

— A área técnica do Cade enviou ofícios para Petrobras e para as distribuidoras Ultragaz, Supergasbras, Amazongas, Mastergas, Servgás, Fogás, NGB e Copagas.

— Quer saber, da Petrobras, como é definida a política de preços do GLP e os motivos para a disparidade entre preços de referência em Suape e Santos e porque não houve redução em decorrência da desvalorização externa.

— Para as distribuidoras, questionamentos pedem uma avaliação da política de preços para aquisição do GLP-13, como as empresas definem seus preços, se compram exclusivamente da Petrobras e se detectaram diferenças entre diferentes produtores ou importadores.

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O presidente da Abegas, Augusto Solomon, afirmou ao Broadcast/Estadão que “nosso problema [do setor de distribuição de gás] hoje é fluxo de caixa em curto e médio prazo. Temos grandes dificuldades de tomar empréstimos bancários. Precisamos do apoio do governo para a resolução de alguns entraves”.

— A situação do setor é similar a das distribuidoras de energia. Com como tarifa representa custos de aquisição da molécula, transporte e impostos, as distribuidoras de gás tem uma margem limitada para suportar a inadimplência e a queda na demanda. A Abegas afirma que 83%, em média, da tarifa é relativa a impostos e pagamentos de outros elos da cadeia, restando uma margem bruta de 17%.

— Balanço divulgado esta semana pela associação indica que o consumo de gás natural cresceu no primeiro trimestre do ano, em comparação com 2019, mas puxado por uma demanda termoelétrica maior do que a registrada ano passado – consumo total cresceu 2,8% no período, para 62,9 milhões de m³/dia.

— O consumo, contudo, despencou de 76,8 milhões de m³/dia em janeiro para 49,5 milhões de m³/dia em março. A sinalização é crise vai impactar fortemente o faturamento do setor entre abril e junho.

— Por segmentos, variação no trimestre, frente a 2019, foi de -6,7% para a indústria, -8,5% no GNV, -1,9% para clientes comerciais, -15,1% na cogeração. Consumo residencial cresceu 18% e a geração elétrica, teve uma alta de 23,6%, com o aumento do despacho, principalmente no mês de janeiro, explicou a Abegás.

Cotações do petróleo recuam, interrompendo o rali das últimas semanas, com a renovação da crise entre China e EUA. A discuta comercial retorna às manchetes, com endurecimento do discurso do presidente Donald Trump contra o país liderado por Xi Ji Ping, que ameaça endurecer o controle sobre Hong Kong, palco de um longo período de protestos contra o controle chinês.

— “Se acontecer, vamos abordar essa questão de maneira muito forte”, reagiu Trump. A tensão política ocorre enquanto os países têm na mesa a fase 1 do acordo comercial, que prevê o aumento das compras chinesas em troca de liberação do mercado americano.

— Brent para junho atingiu a mínima de R$ 33,54 pro barril, queda de 7,4%; e o WTI foi a US$ 30,72 por barril, recuo de 9,6% na sessão desta sexta (22).

— Analistas do Bank of America projetam o preço do Brent em US$ 37 por barril em média neste ano e em US$ 45 em 2021. Para o WTI, esperam US$ 32 em 2020 e US$ 42 no próximo ano. Valor

“Ter um regime único de concessão é claramente ter uma direção para se ter um ambiente competitivo”, defendeu o presidente da Shell no Brasil, André Araújo, em entrevista transmitida ao vivo pelo Valor.

— “Neste momento em que todas as empresas precisam e vão se adaptar a um cenário de capex [novos investimentos] mais baixo, sem dúvida, os investimentos vão migrar para aqueles países e projetos que são mais atrativos”, completa. Transmissão completa no Youtube.

— O IBP vem defendendo esta pauta. O entendimento das operadoras é que o modelo de concessão é mais simples, menos custoso e em um momento de restrição de recursos, aumenta a competição global por novos investimentos.

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