Petrobras eleva preços da gasolina em 12% (Valor Econômico)

O presidente da Petrobras discute no Senado a privatização de refinarias e fábricas de fertilizantes da estatal. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
O presidente da Petrobras discute no Senado a privatização de refinarias e fábricas de fertilizantes da estatal. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

A Petrobras reajusta a partir desta quinta (7), em 12% na média nacional, os preços da gasolina A entregue às distribuidoras. O aumento será de R$ 0,1097 por litro, nesta primeira alta desde fevereiro. Os preços do diesel não serão alterados.

Informações do Valor Econômico.

Este ano, a companhia já promoveu 13 reajustes nos preços da gasolina e 11 no diesel, desencadeados pela crise no mercado mundia de petróleo, que derruba as cotações diante dos efeitos da pandemia de covid-19. Os cortes acumulados nos preços do derivados são da ordem de 50%.

Preço da gasolina afeta disputa por etanol tributação de etanol

A Petrobras vem se posicionando contrariamente ao pedido dos produtores de etanol para elevação de impostos sobre a gasolina. Como o etanol hidratado concorre diretamente com a gasolina nos postos, a queda no preço do combustível fóssil aperta as margens do biocombustível, ao mesmo tempo que todo o mercado é afetado pela queda na demanda.

Em geral, para ser competitivo, o litro do etanol precisa custar até 70% do cobrado pela gasolina aos consumidores finais.

Após o ruído dos últimos dias em torno do pacote de medidas de socorro para os produtores de etanol, o setor ainda aguarda uma definição do Ministério da Economia se, afinal, haverá uma taxação adicional da gasolina comercializada ou importada para elevar a competitividade do biocombustível.

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No início desta semana, havia duas soluções na mesa: elevação da Cide combinada com imposto de importação – medida que chegou a ser prometida na semana passada – e Cide na gasolina mais isenção de tributos federais (PIS/Pasep e Cofins) sobre o etanol. Decisão final passará pelo ministro Paulo Guedes.

Segundo o setor de etanol, a sobrevivência de usinas durante a crise da covid-19. Segundo análises internas do governo – Minas e Energia (MME), Agricultura e Economia participam dos debates – na semana de 23 de março, a produção de etanol entrou no território de margens negativas.

Com preços médios de comercialização de R$ 1,514 (27 de março) por litro de etanol hidratado, chegou-se praticamente ao limite da remuneração sobre o capital das usinas. De lá para cá, foi a R$ 1,300 (24 de março), subindo para R$ 1,327 na última semana de abril. Preços do indicador CEPEA/ESALQ.

Há três semanas, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que a elevação de impostos sobre a gasolina elevaria o risco de desabastecimento de GLP no Brasil. O parque de refino nacional opera a cerca de 60% de capacidade, segundo o MME e a companhia busca armazenagem de produtos junto a clientes para evitar que a queda no consumo de gasolina e diesel trave a produção de derivados com maior saída, apesar da crise – GLP e bunker com baixo teor de enxofre (informações da Folha de S. Paulo).

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