Petrobras vai hibernar seis plataformas na Bacia de Campos

Petrobras vai hibernar seis plataformas na Bacia de Campos

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Quem faz
Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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A Petrobras vai hibernar seis plataformas na Bacia de Campos, em Cherne (2), Namorado (2), Garoupa (1) e Congro (1). Informação foi comunicada aos sindicatos.

— “O cenário de incerteza é tamanho que precisamos ir além e tomar medidas preventivas para redução de desembolso e preservação do nosso caixa, a fim de reforçar a solidez financeira e a resiliência dos nossos negócios”, informa carta obtida pela Reuters

— Em resposta à crise, a companhia anunciou corte de 200 mil barris/dia, levando a produção projetada para abril para 2,07 milhões de barris/dia.

Os contratos do Brent com vencimento em junho são negociados em baixa, chegando a mínima de US$ 31,18 (-5%) nas primeiras horas do pregão desta sexta (10), reforçando o ceticismo com o acordo de controle de produção anunciado pela OPEP e externos, incluindo a Rússia.

— Primeiro, se o corte será posto em prática. México resiste ao acordo, em que a sua cota de redução seria de 400 mil barris/dia. O presidente do país, López Obrador, fez uma contraproposta de 100 mil barris/dia e disse que Donald Trump ofertou entrar no acordo com redução de 250 mil barris/dia. Valor

— Nos EUA, o acordo não é oficial, por restrições legais a cartelização, mas também pela forma da Casa Branca em participar das negociações – a versão vigente é que o corte americano virá de um reposicionamento natural do mercado aos novos patamares de preços e demandas.

— E no fim, o ceticismo é se o corte será suficiente. As estimativas iniciais variam de uma redução na demanda por óleo da ordem de 20 milhões de barris por dia em meio a pandemia.

— E acordo que saiu da mesa de negociações da OPEP é para cortar em 10 milhões de barris/dia a produção dos signatários entre maio e junho. A partir de julho, até o fim de 2020, os cortes seriam de 8 milhões de barris/dia, e em 2021, de 6 milhões de barris/dia. Reuters

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Petrobras confirmou as renegociações com distribuidoras de gás natural para prorrogação de pagamentos e suspensão de pensabilidades.

— A petroleira propôs o parcelamento das faturas com vencimento entre abril e junho, referentes aos contratos de compra de gás natural para atendimento ao mercado não termelétrico (industrial, residencial, comercial e veicular).

— “A medida é uma resposta negocial e temporária da companhia e que atende a demanda das distribuidoras de gás natural, afetadas pela crise causada pelo novo coronavírus”, afirmou a Petrobras.

— Não serão executadas penalidades pelo não cumprimento da programação diária de demanda nem das obrigações contratuais de encargo de capacidade ou remuneração mínima (ship or pay e take or pay).

— “Tais medidas valem enquanto forem comprovados os impactos nas obrigações contratuais afetadas.”

A Potigás anunciou que vai extender a flexibilização de pagamentos aos clientes industriais no Rio Grande do Norte, que consomem 3,5 milhões de m³/mês. O consumo de gás natural da distribuidora caiu 20% em março.

— A Sulgás (Rio Grande do Sul) já havia anunciado esta semana medidas nesta linha para cientes industriais e postos de GNV.

A Petrobras também confirmou o envio, em 24 de março, de Declaração de Força Maior para seus sócios em Manati, campos de gás natural operado pela Petrobras (35%) na Bahia, em sociedade com Enauta (45%), PetroRio (10%) e Geopark (10%).

— O gás é vendido pelos sócios para a Petrobras e conta com cláusula de take or pay, que garantiria uma remuneração mínima a despeito da entrega de gás.

— A declaração de força maior “foi necessária em decorrência da redução estrutural da demanda de gás natural em todo mercado brasileiro, em razão da necessidade de imposição de medidas restritivas pelas autoridades”, afirmou a Petrobras.

— A empresa respondeu questionamentos da CVM, após o Valor publicar que Petrobras cortará compras de gás da Enauta e PetroRio

O governo não vai interferir em decisões da Petrobras e de outras empresas do setor de petróleo, em meio, à crise de covid-19, afirmou o secretário-executivo adjunto do MME, Bruno Eustáquio, em webinar promovido pelo político epbr, nesta quinta (9).

— “Defendemos a livre negociação, não temos ingerência sobre a estatal. Hoje nossa posição é de preservação das decisões da empresa”. Vale para acordos internacionais de controle da oferta de produção, dos quais o Brasil não irá participar, garante.

— O governo estuda flexibilizar os percentuais de royalties para campos de acumulação marginal, como uma forma de reduzir custos sobre pequenos e médios produtores durante o momento crítico de baixa nas cotações internacionais da commodity e de queda na demanda por óleo. epbr

— O MME também está avaliando uma proposta de tributação dos créditos de carbono do RenovaBio, mas a prioridade no momento é a pauta de ajuda para ajudar o setor de biocombustíveis a atravessar a crise, como a postergação de pagamento de impostos federais.

— “O que nos cabe agora é não deixar o setor de etanol, no momento talvez da maior safra da história (…) fique desguarnecido de medidas que permitam equilibrar esse produto com os demais [combustíveis]”. epbr

Em epbr, o webinar na íntegra.

ANP retomou a segunda etapa do 72º leilão de biodiesel, que será realizada em 15 de abril – a concorrência havia sido suspensa, por conta da crise.

— “A decisão foi tomada partir de amplo debate realizado com produtores de biodiesel e distribuidores de combustíveis, a ANP e o Ministério de Minas e Energia, que buscaram chegar a um ponto de equilíbrio para o percentual mínimo de retirada por parte dos distribuidores e de entrega por parte dos produtores”.

— A BR Distribuidora propôs reduzir de 95% para 70% o percentual mínimo obrigatório de retirada do biodiesel a ser contratado no próximo leilão, alegando não ser possível prever o consumo do biocombustível nas próximas semanas e meses, disse a empresa em nota à Reuters.

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