OPEP espera que Brasil participe de acordo global para controle da oferta de óleo

FPSO P-76, operado pela Petrobras, iniciou produção no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, em fevereiro de 2019 (Foto: Agência Petrobras)
O FPSO P-76 começou a produção em meados de fevereiro (Foto: Agência Petrobras)

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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A OPEP espera que o Brasil faça parte do acordo para corte da produção de petróleo, em negociação esta semana. De acordo com a Reuters, as conversas do OPEP+, grupo que inclui a Rússia, dependerá de quanto EUA, Canadá e Brasil estiverem dispostos a controlar suas produções domésticas.

— A reunião emergencial do OPEP+ está marcada para quinta (9) e o G20 se reúne na sexta (10), com a meta e discutir com Arábia Saudita e Rússia a crise no mercado que começou com o rompimento, em março, dos acordos do OPEP+.

— O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tem reunião marcada nesta terça (7) com o secretário de Energia dos EUA, Dan Brouillette. A produção dos EUA é apontada como um dois principais alvos da sobreoferta proposital de óleo promovida, especialmente, pela Arábia Saudita.

— No domingo (5), Bento Albuquerque conversou com o ministro saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud.

— Abdulaziz indagou se o Brasil estaria disposto a participar do acordo para controle de produção, visando ao reequilíbrio dos mercados. Segundo o MME, Bento afirmou que “o Brasil estará pronto a participar de reunião no âmbito do G20, fórum onde ambos os países têm assento”.

Os contratos do Brent com vencimento em junho recuaram na segunda (6), mas sem pânico. Fecharam a US$ 33,05 por barril (-3,11%) e abriram em alta nesta terça (7), chegando a US$ 34,18, na expectativa pelas negociações esta semana.

— Conta favoravelmente a recuperação de bolsas ao redor do mundo, na esteira de dados positivos para a desaceleração da pandemia.

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A Petrobras definiu a produção para abril em 2,07 milhões de barris de petróleo por dia, incorporando os cortes de produção anunciados, primeiro de 100 mil barris/dia em março, depois elevado para 200 mil barris/dia, sem prazo definido.

— A produção é 250 mil barris/dia menor do que janeiro deste ano (2,32 milhões de barris/dia) e 70 mil barris/dia inferior na comparação com fevereiro (2,14 milhões de barris/dia), de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – os dados de março serão publicados em maio.

— No quarto trimestre de 2019, dados mais recentes publicados pela Petrobras, a produção da companhia no Brasil foi de 2,39 milhões de barris/dia, em média.

— “A companhia segue monitorando o mercado e, em caso de necessidade, realizará novos ajustes, sempre garantindo as condições de segurança para as pessoas, operações e processos”, informou a Petrobras nesta terça (7).

— A redução da produção faz parte do chamado “plano de resiliência”, em resposta a queda brusca na demanda provocada pela pandemia de covid-19 e o choque no mercado de óleo.

A PetroRio elevou a produção do campos que opera, na Bacia de Campos. Em março, Polvo produziu 9,4 mil barris/dia (+16,4% no mês) e Frade, 13,8 mil barris/dia (+3,2%), correspondente a 70%¨da participação da empresa no ativo.

— Em Manati, campo de gás natural operado pela Petrobras na Bahia, a operação foi praticamente suspensa, totalizando 30 barris equivalentes (boe) de petróleo e gás natural por dia. Em fevereiro, Manati produziu 15,5 mil boe/dia.

— A PetroRio tem 10% de Manati e conta com contrato de consumo mínimo (take-or-pay) para entrega da sua parcela de gás natural para a Petrobras, equivalente a 1,574 mil boe/dia, o que minimiza os efeitos da suspensão da produção no fluxo de caixa da companhia.

Sindicatos de varejistas do mercado de combustíveis pedem à ANP a suspensão temporária da regras de fidelidade à bandeira dos postos, permitindo a livre negociação de combustíveis e preços com as distribuidoras – postos de bandeira branca, em geral, tem opções de compras mais baratas.

Distribuidoras de energia querem incluir em lei a possibilidade de revisão para reequilíbrio econômico-financeiro de contratos e a previsão que sobras de energia, contratadas, mas não consumidas, sejam transferidas para a conta dos consumidores, de acordo com informações da Coluna do Broadcast/Estadão.

— O pedido é que as sobras de energia sejam enquadradas como “exposição involuntária”, dada a queda brusca no consumo de energia em meio à crise de covid-19. Há resistência da Aneel para que isso seja discutido no Congresso Nacional e não por meio do aparato regulatório da agência, que prevê mecanismo de reequilíbrio dos contratos.

— No Valor, os diferentes pontos de vista sobre como socorrer o setor de distribuição. Segundo jornal, há quem defenda na Aneel a revisão dos contratos de compra e venda de energia, compartilhando os impactos ao longo da cadeia de geração e transmissão.

— No Ministério da Economia, a defesa é por uma saída que contenha a questão na distribuição, com apoio do segmento por meio de empréstimos bancários para amenizar as perdas de fluxo de caixa. A preocupação é com a “estabilidade regulatória que tem atraído investidores para os leilões de energia”, informa o jornal.

— Os grandes consumidores defendem um “acordão” – um pacote de medidas que combina vários possibilidades em negociação, como uso de recursos do Tesouro Nacional para subsidiar baixa renda e reduzir o impacto na distribuição; e redução temporária na taxa de retorno dos contratos de geração e transmissão.

“A solução virá de várias partes. Se cada um colaborar um pouquinho, todos perderão menos”, afirmou Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Abrace, representante dos grandes consumidores industriais, ao Valor

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