Em Davos, Trump celebra revolução energética do shale gas

President Donald J. Trump, President of the United States of America appears before the media at the World Economic Forum Annual Meeting 2020 in Davos-Klosters, Switzerland, 21 January. Copyright by World Economic Forum/ Valeriano Di Domenicor
President Donald J. Trump, President of the United States of America appears before the media at the World Economic Forum Annual Meeting 2020 in Davos-Klosters, Switzerland, 21 January. Copyright by World Economic Forum/ Valeriano Di Domenicor

[sc name=”youtube” id=”DSwQLsw-l_o”]

Com informações da Agência Brasil 

RIO – O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça (21) que a revolução energética do shale gás está fazendo as famílias americanas economizarem US$ 2.500 por ano enquanto países europeus lutam contra altos custos da energia. No momento em que diversos líderes estão discutindo acordos para eletrificar sua matriz substituindo combustíveis fósseis e reduzindo as emissões, o presidente dos EUA afirmou que é uma boa notícia global seu país ser o maior produtor de gás natural no mundo. 

“Temos tido tanto sucesso que os Estados Unidos não precisam mais importar energia de nações hostis. Com a grande quantidade de gás natural americano agora disponível, nossos aliados europeus não precisam mais ficar vulneráveis ​​a fornecedores de energia hostis. Exortamos nossos amigos na Europa, use o vasto suprimento da América e obtenha verdadeira segurança energética”, disse Trump. 

O discurso da independência energética vem acompanhando Trump desde a escalada da tensão com o Irã, no final do ano passado. No último dia 8, em discurso feita na Casa Branca após a retaliação das forças comandadas pelo aiatolá Ali Khamenei, pelo assassinato do general Qasem Soleimani, Trump afirmou que os EUA aumentaram a sua produção de óleo e gás, virando o maior produtor do mundo e não dependendo mais do Oriente Médio. 

Dados da Energy Information Administration (EIA), órgão de planejamento energético dos EUA, mostra que cerca de 6,5 milhões de barris por dia de petróleo bruto foram produzidos diretamente a partir de recursos não convencionais (tight-oil ou shale gas) em 2018, o que representa 59% da produção total de petróleo dos EUA no período. 

No mesmo ano, os EUA foram o maior produtor mundial de petróleo, com produção na casa 17 milhões de barris por dia. Só para se ter uma base de comparação, o Brasil superou em novembro a marca de 3 milhões de barris por dia de petróleo, mesmo com toda a descoberta do pré-sal, que hoje representa 66% do total da produção brasileira.

A informação de que as famílias americanas economizam US$ 2.500 por ano é do Council of Economic Advisers, órgão consultivo ligado à Casa Branca. Em outubro, relatório apontou que o crescimento da produção doméstica de gás natural, entre 2007 e 2019, teve efeito positivo custos da energia, 80% relacionados ao shale gas.

O discurso do presidente americano em Davos, que exaltou os resultados da economia americana durante a sua gestão, também chamou atenção pelos exageros e afirmações falsas. O serviço de checagem da Associate Press, AP Fact Check, destacou que Trump “espalhou distorções em Davos”.

Enquanto Trump discursa em Davos, o processo de impeachment contra ele começa a ser julgado nesta terça (21) no Senado. Ele é acusado pelos democratas de ter abusado dos privilégios do cargo de presidente, para pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a investigar a família de Joe Biden, seu maior rival entre os candidatos democratas às eleições presidenciais de 2020.

Trump teria retido US$ 400 milhões em verbas da área de Defesa, prometidos à Ucrânia, para obrigar Zelenskiy a investigar as atividades de Biden, quando era integrante do Conselho de Administração de uma empresa estatal de gás ucraniana,

Analistas consideram impossível que isso leve à destituição de Trump, já que o Partido Republicano tem maioria no Senado norte-americano.

[sc name=”adrotate”]

Guedes é único representante do Brasil 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa do painel “Shaping the Future of Advanced Manufacturing“ no Fórum Econômico Mundial. Foto: World Economic Forum/Christian Clavadetscher

Representante brasileiro no Fórum Econômico Mundial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá conversas com presidentes de multinacionais, fundos de pensão e um encontro com o ministro das Finanças suíço no segundo dia do evento. O ministro também participa de painéis sobre industrialização e sobre América Latina.

O Fórum Econômico Mundial começou ontem (20) e segue até quinta-feira (23), em Davos. Ainda não está definido se Guedes seguirá da Suíça para a Índia, para acompanhar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que viajará ao país asiático neste fim de semana. Caso o ministro emende as duas viagens, o retorno a Brasília só está previsto para o dia 28.