Siemens fornece para FPSO Carioca. Como a Modec contrata os FPSOs?

Siemens fornece para FPSO Carioca. Como a Modec contrata os FPSOs?


FPSO Cidade de Itaguaí em operação na área de Iracema Norte, localizada no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. Foto: Agência Petrobras / Stéferson Faria
A Siemens anunciou nesta quinta-feira (12/4) que fechou contrato com a Modec para o fornecimento de quatro pacotes de turbinas a gás offshore aeroderivadas para o FPSO Carioca, que será instalado no campo de Sépia, área da cessão onerosa da Bacia de Santos. A entrega dos equipamentos está prevista para o final de 2018. 

A Siemens também fornecerá serviços e manutenção especializados de longo prazo para os componentes fornecidos.

O FPSO Sépia foi contratado pela Petrobras em outubro do ano passado com a Modec por 21 anos. Além da unidade, a Modec está construindo também o FPSO Guanabara, que será instalado no primeiro módulo de produção do campo de Mero, área vinda do projeto de Libra, primeiro da partilha da produção do país. A ferramenta de FPSOs da E&P Brasil mostra que as duas plataformas têm previsão de início de operação em 2021.

E como a Modec contrata os FPSO que vão produzir no país?

Uma olhada no último projeto da Modec com a Petrobras pode ajudar muito a entender como é feita a contratação da empresa para este tipo de projeto. O último projeto encomendado e entregue à Petrobras foi o FPSO Cidade de Campos dos Goytacazes, que já está na Bacia de Campos para produzir a partir do primeiro semestre no campo de Tartaruga Verde.

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Todos os projetos que a Modec realizou para a Petrobras tiveram cascos convertidos fora do Brasil e módulos integrados no Estaleiro Brasfels. O FPSO Cidade de Campos de Goytacazes, por exemplo, teve seu casco convertido no Estaleiro Cosco, na China. Para replicar esse modelo, uma mudança no contrata cessão terá que ser feita, já que o atual contrato prevê índice de conteúdo local de 70% para casco. E isso foi regulamentado pela ANP ontem.

A assinatura do contrato entre a Petrobras e a Modec pode ser um indicativo de que as negociações entre a petroleira e o governo estejam caminhando para um fim na questão da revisão do contrato da cessão onerosa. A mudança dos índices de conteúdo local pode ser feita diretamente entre as duas parte nesse caso, sem precisar passar pela ANP, indicou o Ministério da Fazenda na consulta pública feita pela agência para discutir a flexibilização dos índices de conteúdo local.

Em todos os projetos que toca, a Modec contrata sua subsidiária Sofec, instalada em Houston, para fazer o sistema de ancoragem das plataformas. O Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, é sempre responsável pela construção e integração de módulos no país. 

As unidades de produção da empresa têm E-Houses construídos pela Siemens ou pela ABB. Singapura é sempre o destino de construção dessas unidades por conta da proximidade com os cascos. Integrando a compra, o preço global é reduzido.

Também são comprados fora do país os pacotes de compressores. Os últimos projetos da empresa têm fornecimentos variando entre GE, Hitachi e Manturbo. Pacotes de injeção química acabam vindo também de fora do país, de empresas como Lewa (Singapura), BOMESC (China) e Frames (Holanda).

No Brasil geralmente são feitas partes dos módulos. A EBE, por exemplo, é um fornecedor bastante costumeiro da Modec para módulos de separação de água e óleo. Esteve em todos os últimos projetos da empresa no país. Também são contratados aqui os sistemas de offloading com empresas como IHC e Techflow Marine e pacotes de tratamento de água do mar, com empresas como Suez .