Castello Branco nega controle de preços e diz que greve dos caminhoneiros não preocupa

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, fala sobre os resultados da empresa durante o ano de 2018.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, fala sobre os resultados da empresa durante o ano de 2018.

Roberto Castello Branco negou nesta quarta (11) que a Petrobras esteja represando os preços dos combustíveis vendidos no mercado interno. O presidente da companhia defendeu que a política de preços, de paridade internacional, está sendo cumprida e tal controle “pertence ao museu de armas falidas contra a inflação”.

A Abicom discorda. A associação que representa importadores pediu, novamente, ao Cade que atue para impedir que a Petrobras entregue combustíveis de suas refinarias, bases e terminais a preços inferiores aos praticados no exterior. O Cade aguarda um posicionamento da Petrobras sobre as denúncias da Abicom.

Em ofício enviado à Petrobras no início de dezembro, o procurador-chefe do Cade, Walter de Agra Júnior, pede uma manifestação da empresa, dentro do processo que levou à assinatura do acordo (TCC) para venda de refinarias.

Além de preços, a Abicom questiona o congelamento da gasolina por 53 dias e do diesel por 18 dias, no quarto trimestre deste ano.

Trecho do documento enviado pela Abicom ao Cade: comparação entre os preços praticados em Itaqui (MA), pela Petrobras, e os valores de referência compilados e divulgados pela ANP, em relatórios semanais. Baixe o documento na íntegra (.pdf).

Quanto às refinarias atualmente em oferta, Castello Branco afirmou que a Petrobras já recebeu propostas por cinco das oito unidades à venda e espera, até a semana que vem, ofertas para as últimas três.

A empresa aguarda as propostas vinculantes para as refinarias em março, mas ainda não prevê uma data para a conclusão dos processos de venda.

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Greve dos caminhoneiros

Castello Branco também afirmou não estar preocupado com o risco de uma eventual paralisação de caminhoneiros. Segundo o executivo, o problema da categoria não é o preço do diesel, mas a falta de demanda por frete. “Mesmo se colocarmos o diesel a preços de Venezuela, não vai resolver nada.”

“O que vai consumir excesso de oferta é o crescimento da economia. Vai gerar demanda e o mercado vai se ajustar”, disse o executivo.

Pulverizado, o movimento dos caminhoneiros ainda é incerto. Mesmo com a centralização em algumas lideranças e associações formais, a greve em 2018 também ficou marcada pela organização dos motoristas em grupos de WhatsApp.

Para o governo, os movimentos de greve, previstos para a semana que vem, não preocupam. “Nós entendemos que é pequena essa possibilidade”, afirmou o porta-voz, Rêgo Barros, na segunda.

A articulação com caminhoneiros é feita por meio dos ministros Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e Onyx Lorenzoni, da Casa Civil.

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