Movimentação do navio Bouboulina, suspeito de ser o responsável pelo vazamento no Nordeste. Elaborado pela epbr, com base em dados disponíveis em Marine Traffic.
O navio-tanque Boubolina, da empresa grega Delta Tankers, é apontado pelas investigações da Polícia Federal como a fonte do óleo que contamina a costa do Nordeste. De bandeira grega, a embarcação é suspeita de ter feito um carregamento de óleo na Venezuela, entre 15 e 18 de julho.
Em seguida, ele navegou pela Costa Leste da América do Sul entre os dias 24 e 30 de julho, em direção à Ásia. A suspeita é que o derramamento de óleo tenha acontecido nesse período, mas como trata-se um petróleo pesado, ficou submerso, impedindo que fosse avistado por outras embarcações até se aproximar da costa brasileira, trazido pelas correntes marítimas.
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Segundo a Marinha, o Boubolina chegou a ser retido por autoridades americanas por “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.
A operação Mácula, da Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em escritórios da agência marítima Lachmann e da Witt O Brien’s, para apurar a relação das empresas com o armador Delta Tankers. A decisão judicial autorizando a operação foi publicada pelo Estadão (.pdf)
Ao jornal, a Witt O Brien’s negou que tenha qualquer contrato com a Delta Tankers e afirmou que “esse navio, ou seu armador, jamais foi cliente da Witt O’Brien’s no Brasil”. A Lachmann, por sua vez, disse que “não é alvo da investigação da Polícia Federal. A agência foi tão somente solicitada pela Polícia Federal a colaborar com as investigações. A agência segue à disposição das autoridades para quaisquer informações adicionais”
Operação Mácula
Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (1º) a Operação Mácula, com objetivo de investigar uma embarcação grega suspeita de ter causado o derramamento de óleo que atingiu mais de 250 praias nordestinas brasileiras. A embarcação grega teria atracado em 15 de julho na Venezuela, onde ficou por três dias antes de seguir a Singapura, via África do Sul.
“O navio grego está vinculado, inicialmente, à empresa de mesma nacionalidade, porém, ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado pelo navio identificado, o que impõe a continuidade das investigações”, informou a PF.
Os dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 14ª Vara Federal Criminal de Natal (RN) estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, em sedes de representantes e contatos da empresa grega no Brasil.
As investigações começaram em setembro e contaram com a participação da Marinha, do Ministério Público Federal, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, da Agência Nacional do Petróleo, Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília e Universidade Estadual do Ceará, além de uma empresa privada do ramo de geointeligência.
Dessa forma foi possível localizar a mancha inicial do óleo, a 700 km da costa brasileira (em águas internacionais), de extensão ainda não calculada. A partir da localização da mancha inicial, foi possível estimar que o derramamento deve ter ocorrido entre os dias 28 e 29 de julho. Fazendo uso de técnicas de geociência, foi possível chegar “ao único navio petroleiro que navegou pela área suspeita”, naquela data.
A Polícia Federal solicitou diligências em outros países, a fim de obter mais dados sobre a embarcação, a tripulação e a empresa.
A PF informou, ainda, que está realizando “diversos exames periciais no material oleoso recolhido em todos os estados brasileiros atingidos, bem como exames em animais mortos, já havendo a constatação de asfixia por óleo, assim como a similaridade de origem entre as amostras”.
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