A britânica BP anunciou nesta terça-feira, 10, que implementará a medição contínua das emissões de metano em seus futuros projetos de processamento de petróleo e gás natural. O investimento é parte do projeto da empresa para detectar, medir e reduzir emissões de metano em sua cadeira de produção.
Recursos para medição contínua, incluindo instrumentos para monitoramento por imagem de nuvem de gás (Gas Cloud Imaging ou GCI, em inglês), serão implementados em todos os novos grandes projetos da companhia pelo mundo. De acordo com a companhia, os dados gerados ajudarão a identificar melhores estratégias para reduzir as emissões do gás cujo impacto para o aquecimento global é 20 vezes maior do que o gás carbônico.
“Para que o gás desempenhe seu potencial máximo na transição energética, precisamos mantê-lo no cano. Essa nova tecnologia nos ajudará a fazer isso detectando emissões de metano em tempo real”, diz o diretor de operações da BP para produção, transformação e emissão de carbono, Gordon Birrell. “Quanto mais rápido e mais precisamente pudermos identificar e medir vazamentos, melhor resultado teremos”.
Drones e câmeras térmicas no combate aos vazamentos
Além da medição contínua de nível do gás, a BP também promete fazer uso de drones, dispositivos portáteis e câmeras de imagem térmica, usadas para detectar gás em combustão.
“Há três anos sentamos em uma sala e debatemos o que precisávamos para obter medições contínuas, porque no momento o portfólio de tecnologia necessário ainda não estava totalmente desenvolvido”, diz o vice-presidente de inovação digital da BP, Morag Watson. “Agora temos a tecnologia e estamos mudando de forma radical a maneira como operamos nossos novos grandes projetos, de modo que as inspeções que costumavam levar sete dias podem levar 30 minutos””.
Com o tempo, os dados coletados vão gerar informações para a criação de uma abordagem global para reduzir as emissões de metano e carbono da companhia.
BP tem fundo de US$ 100 milhões para projetos de redução de emissões
O anúncio feito hoje pela companhia vai na esteira da divulgação do Upstream Carbon Fund, um fundo de US$ 100 milhões focado em financiamento de projetos focados em promover maiores reduções de emissões de gases de efeito estufa em operações da cadeia de óleo e gás da companhia.
A BP também é membro da Oil and Gas Climate Initiative, grupo que re´ne 13 das maiores empresas de energia do mundo e gere um fundo de investimento de US$ 1 bilhão para lidar com as emissões de metano e investir em tecnologias para captura e armazenamento de carbono.
A companhia afirma que até o final de 2018 suas operações foram capazes de evitar a emissão do equivalente a 2,5 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.