Conteúdo local da cessão onerosa pode ser mudado direto com Petrobras

Conteúdo local da cessão onerosa pode ser mudado direto com Petrobras

audiencia

As cláusulas de conteúdo local dos contratos da cessão onerosa podem ser alteradas na revisão do contrato entre o governo federal e a Petrobras. O alerta foi feito pelo Ministério da Fazenda durante a consulta pública para a minuta de resolução que pretende flexibilizar o conteúdo local dos contratos arrematados a partir da 7a rodada da ANP. 

“No caso da cessão onerosa, há, por exemplo, cláusula de revisão do contrato, que pode ter como resultado a renegociação do valor contrato, do volume máximo, do prazo de vigência, e dos percentuais mínimos de conteúdo local”, diz parecer assinado pelo subsecretário de Análise Econômica e Advocacia da Concorrência do Ministério da Fazenda, Angelo Duarte, e mais três técnicos do ministério. 

A Petrobras já entrou com pedido de isenção de cumprimento da cláusula de conteúdo local para o FPSO de Sépia, área da cessão onerosa. O processo, contudo, foi paralisado pela ANP justamente por conta da revisão do contrato.

Além do FPSO de Sépia, a Petrobras está com licitação aberta para contratação da quinta unidade de produção do campo de Búzios, também área de cessão onerosa. As propostas para a concorrência serão entregues em 12 de dezembro. 

Na última terça-feira, a ANP realizou audiência pública para discutir a minuta de resolução que pretende regulamentar a flexibilização do conteúdo local. A Petrobras afirmou ter 19 projetos parados por conta das indefinições nas regras. “Os projetos de Libra 1, 2 e 3 e Sépia estão parados por conta da indefinição do conteúdo local”, disse o gerente-executivo do projeto de Libra na Petrobras, Fernando Borges. 



A indústria fornecedora de máquinas e estaleiros estão lutando fortemente contra a medida da ANP. A Abimaq afirma reiterada vezes que, uma vez que o concessionário entrou na licitação sabendo dos níveis de conteúdo local a serem atendidos, não faz sentido possibilitar que o mesmo realize alterações contratuais para passar a cumprir novas regras de conteúdo local.

”É necessário levar em consideração que a indústria investiu para atender a essa demanda, sendo que muitas empresas expandiram suas fábricas, investindo em maquinários e pessoas. Se, por absurdo, for permitida alteração de regras de conteúdo local de contratos já assinados muitas destas fábricas serão fechadas”, diz a contribuição enviada à ANP. 

A ANP tem prazo até o começo de dezembro para regulamentar a resolução.