O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o custo para não concluir as obras da usina nuclear de Angra 3 supera R$ 10 bilhões, englobando o pagamento de todos os financiamentos envolvidos no empreendimento tomados sem retorno algum, a necessidade de rescindir mais de 50 contratos firmados e a exigência de fazer a recuperação ambiental da área já degradada para o empreendimento.
Em evento no Rio, Albuquerque reafirmou que prazos já divulgados pelo MME para a retomada do empreendimento: o ministério promete para julho o anúncio da definição do modelo de parceria a ser usado para a retomada do empreendimento. O MME espera publicar o edital da parceria até o final do ano e assinar a parceria com uma empresa privada no segundo semestre de 2020.
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O objetivo do MME é realizar os primeiros testes de produção de energia em Angra 3 no segundo semestre de 2025 e iniciar a operação comercial da usina já integrada ao ONS no segundo semestre de 2026.
Albuquerque defendeu a construção da Usina como um fator capaz de reduzir o preço médio da tarifa. Segundo ele, o resultado líquido da introdução de Angra 3, simulado para este ano, é positivo para o sistema. “Ou seja, baixa o custo da energia como um todo no SIN”, disse.
De acordo com o ministro, na revisão do Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) feita peso atual governo não está descartado o aumento do objetivo de geração nuclear. Hoje o PNE 2030 estabelece que o Brasil precisará expandir a oferta de energia nuclear em 4 mil megawatts (MW) nos próximos 11 anos, o equivalente à construção de 4 novas usinas nucleares, segundo Albuquerque.
De acordo com ele, o modelo de parceria que está sendo estudado para a conclusão de Angra 3 será o modelo usado como referência para os novos empreendimentos no setor.
Perguntado, o ministro não negou que o objetivo de construção de novas nucleares no PNE possa aumentar. “Poderá. Não tem nenhuma restrição em relação a números, mas trabalhamos com planejamento”, disse.
“Isso está sendo realizado pela EPE e deverá ser apresentado no segundo semestre para uma avaliação final do MME e vamos dar publicidades a ele em 10 de dezembro.”
Falando para uma plateia de empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro, Albuquerque afirmou que Angra 3 gerará o equivalente a 70% do consumo de eletricidade do estado do Rio. Hoje as usinas de Angra 1 e Angra 2 produzem 40% da demanda do estado.