No artigo anterior, discorri sobre alguns pontos que considerei importantes da, então, recém-publicada licitação da Petrobras para Descomissionamento das plataformas de Cação. Neste artigo, faço mais algumas provocações sobre possíveis pontos de atenção todos os licitantes deverão ter, na minha opinião. Lembro que a peça licitatória é bem extensa, por isto, vou pegando pontos chaves e, como o Bid se encerra dia de maio próximo, talvez só tenha tempo para mais um artigo, bom proveito então a todas e todos.
Descomissionamento: dissecando a licitação de Cação, parte 1
Ficha Técnica da Licitação
OBJETO: Descomissionamento de Plataformas Marítimas Fixas (Plataformas do Campo de Cação), Licitação Nº: 7002423988; Entrega das propostas (Data Início): A partir de 25/02/2019 às 8h; Abertura das propostas (Data Fim): 06/05/2019 às 15h; Procedimento de Contratação: Licitação por Modo de Disputa Fechado; Critério de Julgamento: Menor Preço “Total”; Abrangência da Licitação: Internacional
Vejam que este BID foi aberto a todas as empresas do Brasil e do mundo que, se vencedoras, deverão atender a todos os critérios que serão exigidos, mas principalmente, seu notório “Saber Fazer”. Hoje vou falar somente de um item, mas que será mais de 50% do problema com tal DECOM. Vamos a ele:
OBJETIVOS E CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O objetivo desta especificação é fornecer informações técnicas sobre o descomissionamento de plataformas fixas PCA-1, PCA-2 e PCA-3. As plataformas estão instaladas no campo de Cação, no litoral do estado do Espírito Santo. Elas estão localizados a aproximadamente 6 quilômetros da costa, em uma profundidade d’água de 19 metros.
A PCA-1 consiste em uma jaqueta do tipo tripé com três colunas de poço e possui apenas um deck. O topsiode da PCA-1 foi instalado em um único içamento. Pode ser desmobilizado e transportado em um único içamento, incluindo convés e jaqueta, ou ser desmobilizado em seções, conforme a estratégia da CONTRATADA.
A PCA-2 consiste em uma jaqueta e dois níveis de convés. Além disso, possui uma extensão, no segundo deck, instalada para realocar o heliponto. O topside da PCA-2 foi instalado em duas seções e conectado na altura de 16.000 por soldagem. A jaqueta e o topside podem ser desmobilizados em um único içamento ou em seções, conforme a estratégia da CONTRATADA.
A PCA-3 consiste em uma jaqueta e quatro níveis de convés. O topside da PCA-3 foi instalado em um único içamento. A jaqueta e os topsides podem ser desmobilizados em um único içamento ou em seções, como estratégia da CONTRATADA. As estratégias acima mencionadas serão emitidas para aprovação da PETROBRAS.
A Petrobras deixa por conta do licitante a decisão quanto a estratégia de desmobilização da jaqueta e topside para o contratado, mas indica, sutilmente, duas possibilidades, que seriam retiradas por um único içamento ou em partes;
No fim das contas, não fica claro aqui, mas na sequência da leitura deste extenso documento vocês encontrarão, quem será o responsável final pelo licenciamento (ou anuência?) da estratégia escolhida;
Mas e se o licitante preferir cortar em partes pequenas no próprio local? Se preferir um rig to reef total ou parcial no local? Ou se preferir um rig to reef total ou parcial em outro local ambientalmente sustentável?
Em suas estruturas de custos, provavelmente, estarão licitando de acordo com as duas alternativas colocadas pela própria operadora em sua peça, certo?
Espero ter sido útil, dúvidas (que não seja consultoria), podem me procurar.