MPF pediu prisão do Almirante Othon, ex-presidente da Eletronuclear

MPF pediu prisão do Almirante Othon, ex-presidente da Eletronuclear

O ex-presidente Michel Temer foi preso na manhã desta quinta-feira, 21. A Polícia Federal também prendeu o o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco e o Coronel Lima, apontado como amigo de Temer. Ao todo foram emitidos dez mandados de prisão. O MPF pediu a prisão preventiva de Othon Luiz Pinheiro da Silva, o Almirante Othon, ex-presidente da Eletronuclear, mas o pedido foi negado.

Os mandados de prisão foram emitidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. As informações são do jornal ao Globo. Essa operação foi batizada de Descontaminação e é um desdobramento da Radioatividade, que investigou crimes envolvendo Angra 3.

O Almirante Othon foi condenado pela Justiça Federal em 2016 (e solto em 2017), após a Operação Radioatividade.

As prisões de hoje são um desdobramento desta investigação.

++ A cobertura completa da prisão de Michel Temer e Moreira Franco

A Radioatividade foi a 16ª fase da Lava Jato e investigou contratos de empresas com a Eletronuclear. Deflagrada em junho de 2015, esteve no centro da polêmica sobre o desmembramento da Lava Jato quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu repassar parte das investigações para a Justiça do Rio de Janeiro, em outubro daquele ano. A operação passou então para a 7ª Vara Criminal do Rio, sob o comando de Marcelo Bretas.

As investigações da Radioatividade baseavam-se sobretudo na delação do ex-executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini e levaram à prisão do ex-presidente da Eletronuclear, o vice-almirante da Marinha, Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Solto pela Justiça, Othon foi preso novamente na Operação Pripyat, deflagrada em junho de 2016. A Pripyat investigou novas denúncias de corrupção envolvendo a Eletronuclear. Othon foi condenado pelo juiz Marcelo Bretas a 43 anos de prisão, mas liberado por um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região em outubro de 2017.

A Pripyat era baseada em delações de funcionários da Andrade Gutierrez e foi a estreia da força-tarefa da Lava Jato no Rio. O foco principal da operação eram desvios de recursos em obras da Usina Nuclear de Angra 3, até hoje não concluída. Os investigadores estimaram na época que Othon recebeu até R$ 12 milhões em propina a partir do esquema de desvio de dinheiro.

A terceira operação a mirar contratos da Eletronuclear foi a Operação Irmandade. Em agosto de 2016, agentes da Polícia Federal prenderam Samir Assad, acusado de ser operador financeiro da construtora Delta Engenharia, de Fernando Cavendish. A operação envolveu também a construtora Andrade Gutierrez.

Segundo as denúncias, a empreiteira usava outras quatro empresas como fornecedoras de recibos falsos em recursos que, na verdade, eram usados para abastecer um esquema de caixa 2 que teria movimentado mais de R$ 176 milhões.

De acordo com a Folha de São Paulo, José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, afirmou em depoimento à Polícia Federal que foi cobrado pelo coronel João Baptista Lima Filho, amigo do ex-presidente Temer, por um pagamento de R$ 1 milhão. O depoimento foi dado no inquérito que apura crimes do setor portuário.

Ainda segundo a Folha, o pagamento de R$ 1 milhão seria relacionado à subcontratação da Engevix para serviços prestados à Eletronuclear, por meio de uma empresa ligada a Lima. Os recursos teriam sido utilizados na campanha de 2014. Lima também é alvo de um mandado de prisão, afirma a GloboNews

A lista dos mandados de prisão emitidos pela Justiça Federal do Rio na Operação Descontaminação
Prisão preventiva
— Michel Temer (preso)
— Moreira Franco (preso)
— João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima (preso)
— Othon Luiz Pinheiro da Silva
— Maria Rita Fratezi
— Carlos Alberto Costa
— Carlos Alberto Costa Filho
— Vanderlei de Natale
— Ana Cristina da silva Toniolo
— Alberto Montenegro Gallo

Prisão temporária
— Rodrigo Castro Alves Neves
— Carlos Jorge Zimmermann