BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta (30/8) que a bandeira tarifária para o mês de setembro será vermelha patamar 2. O acionamento da bandeira mais restritiva sinaliza maiores custos para a geração de energia elétrica, com um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Esta é a primeira vez em mais de três anos que esta bandeira é acionada novamente.
A agência justificou a previsão de baixo volume de chuvas para setembro, resultando em expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas do país em cerca de 50% abaixo da média.
Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao mês com temperaturas superiores à média histórica em todo o país, faz com que as termelétricas, com custo de energia mais cara, passem a operar mais.
A bandeira vermelha patamar 2 não era acionada desde agosto de 2021. Uma sequência de bandeiras verdes foi iniciada em abril de 2022 e interrompida apenas em julho de 2024 com bandeira amarela.
Sistema de bandeiras
O sistema de bandeiras foi criado para dar transparência ao consumidor sobre os custos de operação do sistema, impactando diretamente a conta de luz dentro de casa ou de qualquer outra unidade consumidora.
Antes das bandeiras, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais: o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto.
A Aneel orienta consumidores para utilizarem a energia de forma consciente na vigência da bandeira vermelha e evitar desperdícios
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.