Faltam poucos meses para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, reunião conhecida como 29ª Conferência das Partes (COP29), que acontecerá em novembro em Baku, no Azerbaijão.
O encontro será focado no debate de soluções ambientais e o destaque deverá ser a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), além da busca por maneiras de inovar com mais sustentabilidade e criação de caminhos viáveis para uma transição energética eficiente.
Nas últimas décadas, os países têm se dedicado a encontrar formas de limitar o aquecimento global a 1,5°C. E os participantes da COP deste ano não hesitarão em negociar possíveis acordos sobre tal ponto.
Existe a necessidade urgente de acelerar a transição para economias de baixo carbono. Por isso, as discussões deverão se concentrar em como os países poderão cumprir suas metas climáticas, ter mais resiliência e adaptar economias e infraestruturas para enfrentar os desafios.
Ressalto ainda que as nações deverão se aprofundar no cumprimento do acordo realizado em Paris e, sem dúvida, haverá o direcionamento para maneiras de conseguir financiamentos que viabilizem soluções para a crise climática global.
Além disso, a COP29 será essencial para estabelecer compromissos mais rigorosos na redução das emissões dos gases de efeito estufa. E uma possibilidade está na transição energética, ampliando o uso de energias renováveis como solar, eólica e hidroelétrica para substituir as fontes fósseis.
É fundamental promover a eficiência energética em setores como transporte, construção e indústria, além de usar tecnologias de captura de carbono diretamente da atmosfera ou de processos industriais. E isso valerá cada instante da reunião.
Outro ponto que deverá ser discutido é o crescimento da fabricação de produtos renováveis, já que eles não apenas reduzem a dependência dos recursos fósseis, mas desempenham um papel essencial na remoção dos gases de efeito estufa.
E existirão também desafios a serem enfrentados nesta jornada. Ter uma produção mais sustentável implica em custos elevados e um acesso limitado nos países em desenvolvimento.
A implementação de tecnologias e produtos é algo que pode exigir atualizações significativas na infraestrutura já existente do país. Desse modo, a aceitação e a integração dos produtos renováveis são aspectos que podem enfrentar resistência devido às preferências já estabelecidas e à falta de conhecimento do público.
Na Braskem, estratégias e investimentos de longo prazo têm sido estabelecidos para aumentar a produção de produtos químicos de origem renovável.
A marca compreende que alcançar a neutralidade de carbono é um desafio importante e não tem medido esforços para reduzir as emissões. A meta da companhia até 2030 é reduzir em 15% as emissões de GEE, nos escopos 1 e 2, e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
No ano passado, diversas iniciativas implementadas totalizaram 333 mil toneladas na redução de emissões. E esses esforços resultaram no volume de emissões de cerca de 9,9 milhões de toneladas de GEE (escopos 1 e 2), com 80% da energia elétrica comprada vinda de fontes renováveis ou limpas.
Mas ainda há muito a ser feito. E diversas empresas brasileiras têm buscado maneiras de alcançar um futuro mais sustentável. Esperamos que a COP29 traga bons resultados e temas importantes sejam encaminhados.
Sabemos que o incentivo à inovação é algo fundamental e que deve acontecer o quanto antes em todos os países. Sabemos também que será preciso chegar ainda mais robustos para a COP30 – que, aliás, será realizada no Brasil. Há muito trabalho a ser feito e decisões precisarão ser tomadas. Vamos juntos em busca de um
caminho melhor.
Este artigo expressa exclusivamente a posição do autor e não necessariamente da instituição para a qual trabalha ou está vinculado.
Jorge Soto é diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem e integrante da empresa há mais de 30 anos. Formado em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), possui mestrado em Engenharia Química e doutorado em Planejamento Ambiental ambos pela COPPE – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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