Hamilton Mourão no centro do governo Bolsonaro, Paulo Guedes define nomes para o Banco do Brasil – sem Ivan Monteiro – e a fragmentação da disputa por espaço na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (22/11).
1. O vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, afirmou que vai comandar um “centro de governo”. Sem detalhar como isso seria formalizado, disse que acertou com Bolsonaro que acompanhar a ações e definir metas para os ministérios.
“Nas reuniões com ministros queremos ter os objetivos colocados. Eles terão prazos para apresentar um planejamento e para o cumprimento do objetivo. Teremos um roteiro de condução e monitoramento”, afirmou Mourão após participar de um evento realizado pelo TCU
2. A assessoria de Paulo Guedes confirmou as indicações de Rubem Novaes para presidir o Banco do Brasil e de Pedro Guimarães para a Caixa Econômica Federal. Rubens Novaes é professor da FGV, com passagem pelo BNDES e Sebrae. Pedro Guimarães é sócio do Banco Brasil Plural.
3. Do Congresso em Foco: Indefinição e críticas a Onyx Lorenzoni marcam primeira reunião do PSL depois das eleições. Mais de 30 deputados federais eleitos pelo PSL reuniram-se em Brasília, mas não chegaram a um acordo sobre um nome para presidir a Câmara, se o partido do presidente vai indicar ou apoiar outro candidato. A reunião foi marcada por reclamações sobre falta de acesso aos coordenadores da transição, em especial Onyx Lorenzoni.
4. Enquanto o PSL não se decide, o PRB lançou a pré-candidatura de João Campos, de Goias, à presidência da Câmara. O deputado é pastor e delegado da Polícia Civil, diz ter apoio da bancada evangélica e que vai buscar a bancada da bala. Ao Congresso em Foco afirmou, sobre Bolsonaro, que “é sempre bom ter o apoio do presidente, mas vou focar no meu eleitorado”.
5. Onyx, que é do DEM, também rebateu as críticas de que todos os nomes escolhidos por indicações de grupos empresariais são seus colegas de partidos. Defendeu que a escolha de Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde) são escolhas técnicas e o fato de serem do DEM do Mato Grosso do Sul é uma coincidência.
6. A falta de representatividade partidária no governo tem servido ao discurso de campanha de que não haveria “loteamento” do governo. Mas começam a chegar recados de que se a transição não conversar com os partidos, vai faltar base no Congresso. “Bolsonaro conhece o Parlamento mais do qualquer um de nós. Está aqui há quase 30 anos. Deve ter um plano B, que a gente não sabe ainda. Ele não arriscaria jogar o governo dele no lixo”, afirmou Marco Feliciano (Podemos/SP) à Folha de São Paulo.
Atualização às 21:18
Após o fechamento da coluna, Bolsonaro confirmou a indicação de Ricardo Velez Rodriguez para o Ministério da Educação. Colombiano, Rodriguez é professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
7. Onyx Lorenzoni negou que Mozart Neves Ramos esteja descartado para o Ministério da Educação. O futuro ministro da Casa Civil afirmou que tem um interlocução com Mozart e o Instituto Ayrton Senna, do qual ele é diretor, mas não foi feita a formalização de um convite para a pasta. A notícia de que o ministro estava definido causou uma reação contrária, em especial da bancada evangélica.
8. Com a disputa pela vaga em aberto, outros nomes se apresentam para a vaga. Hoje, o procurador da República Guilherme Schelb reuniu-se com Bolsonaro para apresentar sua proposta educação. Schelb não é da área, mas vai na linha do Escola Sem Partido, em especial quanto ao tratamento de questões sexuais e de gênero nas escolas. Afirma, contudo, que o projeto não é necessário. Schelb já foi investigado no passado por receber patrocínios para um projeto pessoal de grupos empresarias dos setores que ele era responsável por investigar.
Com informações de Folha de São Paulo, Poder360, Estadão, Antagonista