O ritmo de indicações (recuos e especulações) diminui nesta quinta-feira (8), mas um novo nome surgiu. De acordo com O Globo, Xico Graziano, que foi chefe de gabinete de Fernando Henrique Cardoso, é cotado para o ressurgido Ministério do Meio Ambiente.
1. Xico Graziano, que é agrônomo, apresenta-se como agroambientalista. Não se engajou na campanha de Alckmin, aderindo, antes do 1º turno, à Bolsonaro. Se confirmada, a indicação aproxima a pasta ambiental e o agronegócio – Graziano comemorou a indicação de Tereza Christina (DEM/MS) para a Agricultura e tem se dedicado ao tema.
Graziano, inclusive, elogiou o Plano de governo para o agro brasileiro, documento lançado antes das eleições: “coordenado pelo Roberto Rodrigues, maior líder da agropecuária nacional, o plano procura fugir daquele trivial xororô ruralista que pede benesses ao governo” – Rodrigues foi ministro da Agricultura de Lula até 2006. Não é difícil saber como pensa Graziano, que escreve todas às quartas no Poder360.
3. Tereza Cristina disse à jornalistas que o Ministério da Agricultura deve absorver pesca e agricultura familiar. A pesca já foi ministério, hoje está no MDIC. E a agricultura familiar é tratada pela Casa Civil, por meio de secretaria especial.
4. MDIC está na berlinda, pode acabar na Economia, de Guedes.
5. Caixa-preta do BNDES. Com a agenda pública mais curta, Bolsonaro usou as redes para voltar a acusar o BNDES de manter em sigilo o destino de investimento feitos com dinheiro do contribuinte. “Firmo o compromisso de iniciar o meu mandato determinado a abrir a caixa preta do BNDES e revelar ao povo brasileiro o que feito com seu dinheiro nos últimos anos.”
Foi um tema de campanha; circularam muitas informações falsas sobre investimentos em outros países – o que fez com que o BNDES dedicasse suas equipes de comunicação a sucessivos desmentidos. O tom das críticas (das falsas e das verdadeiras) é de apoio ideológico à aliados internacionais.
Hoje não foi diferente. “O BNDES divulga online informações individualizadas de todos os seus financiamentos contratados desde 2002. Confira você mesmo em bndes.gov.br/transparencia“, publicou o banco ao explicar que, desde 2002, dez dados públicos de todos os empréstimos estão disponíveis: cliente, porte do cliente, valor, prazo de pagamento, taxa de juros, tipo de garantia, finalidade, data da contratação, cidade e UF do cliente e situação do empréstimo.
Segue a transição.
6. Eunício Oliveira (MDB/CE), presidente do Senado, acionou Paulo Guedes para discutir o orçamento do ano que vem, que precisa dialogar com a reforma ministerial pretendida por Bolsonaro. Espera-se, portanto, que o governo Temer antecipe a reconfiguração dos ministérios para este ano.
7. Também de O Globo veio a informação que a cúpula das Forças Armadas – Bolsonaro visitou as sedes dos comandos militares esta semana – entregou uma proposta para reformar a previdência dos militares: cortes futuros mediante um reajuste dos salários da altas patentes, que tem um efeito cascata na hierarquia militar. Isso depois que o STF garantiu no Congresso um aumento de 16%, que deve ser sancionado por Temer após os ministros da corte decidirem pelo fim dos auxílios moradia.
8. Saber como cada setor será tradado na reforma da Previdência é cada vez mais importante. Ganha força a ideia de fatiar as mudanças, começando por medidas infraconstitucionais, isto é, começar este ano mesmo, com o que é possível sem uma proposta de emenda à Constituição (PEC), cuja tramitação está vetada devido à intervenção militar no Rio de Janeiro.
9. O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), reuniu-se com Bolsonaro e recuou do pedido de estender a intervenção até outubro do ano que vem.
Com informações da Estadão, O Globo, Poder360.