A Rio Oil & Gas 2018 aconteceu entre 24 e 27 de setembro lá no RioCentro (RJ) e deixou alguns sinais de que a gente considerou relevante compartilhar. Confere aí:
1) Realidade virtual não é história de futurismo
Já está impactando as relações de trabalho e pode trazer inúmeros benefícios: imagine não precisar ir em lugares inóspitos ou conhecer plantas e planejar alterações de layout sem sair do lugar…
2) Gerar energia é uma questão de disponibilidade de recursos e capacidade criativa. Veja esse projeto da Shell, que gera energia a partir da gravidade.
Eu falei GRAVIDADE.
Pera aí…. What?
É isso mesmo… veja:
O peso das pedras na mochila consegue manter a lâmpada acesa. Esse projeto é realizado para fornecer luz a casas no Quênia. T-O-P.
3) A Cisco estava com um considerável stand muito bem localizado… do ladinho da O&G TechWeek. Lá era possível ver os planos da Cisco para o mercado de óleo e gás tanto no up quanto no downstream. O CECA é uma das soluções oferecidas e permite o monitoramento das unidades de forma integrada e bem remota. É como a gente imagina o digital oilfield: um tantão de sensores dizendo tudo que quase se passa a quilômetros da costa, com acurácia e precisão. Pois é: já estão vendendo!
4) Empreendedorismo Nacional
Não foi só a Tecnologia da Cisco que chamou atenção para a cena tecnológica na feira. Próximo ao cubo da O&G Tech Week (que por sinal ficou muito bacana), também foi possível ver várias startups nacionais, o que nos deixa muito orgulhosos e também esperançosos que é possível ter produção de tecnologia nacional e de altíssima qualidade no setor de Óleo e Gás em áreas como mobile, inteligência artificial, análise de dados e também tecnologias específicas pra perfuração e completação.
- No campo das tecnologias pra perfuração e completação, vimos a Ouro Negro, que hoje é um dos grandes exemplos bem-sucedidos de startups nacionais na área de Petróleo e Gás. Ela saiu dos laboratórios da PUC-Rio e hoje já conta com mais de 55 profissionais qualificados nas áreas de Tecnologia e Gestão. Como toda boa startup, tem nas pessoas e no ambiente organizacional o seu principal ativo: eles contam com 6 PhD, 5 MSc e 3 MBA, que já resultaram em 8 patentes depositadas e o Prêmio ANP 2014 em Inovação Tecnológica. Na feira seu destaque foi pro MODA, Monitoramento Óptico Direto no Arame, um sistema baseado em sensores a fibra óptica que emite alertas instantâneos no caso de rompimento de arames da armadura de tração dos risers flexíveis, cujo objetivo é minimizar custos de manutenção e parada operacional em unidades offshore. Você pode ver o vídeo AQUI.
Fonte: Site Ouro Negro
- Outro destaque foi a Intelie, empresa originalmente nacional, focada em Data Analytics & Inteligência Artificial. Seu principal produto é o LIVE: uma plataforma única no mercado nacional, capaz de monitorar todo tipo de operação em tempo real: de visitantes no site à exploração de petróleo em águas profundas. Cloud ou on-premises. Tal destaque chamou a atenção da RigNet, gigante do setor de Telecom da área de Petróleo e Gás, que concluiu a compra da empresa brasileira em março deste ano.
Fonte: site Intelie
- Por último tivemos a Intcom, uma HR Tech, com sua tecnologia para People Management e Corporate Travel, que já tem diversos clientes no Brasil. Na feira, ele mostrou o BlueDirect, um aplicativo de acesso do tripulante às informações logísticas, melhorando a comunicação entre empresa e colaborador e garantindo maior agilidade.
Fonte: Intcom Brochure
Isso é Brasil!
5) Diversidade & Sustentabilidade
Por último mas não menos importante, a Shell definitivamente veio pra feira pra dar exemplos de preocupação com a diversidade e sustentabilidade da indústria e como posicionamento, estratégia e ações devem estar conectados. Mais do que discursos e mensagens presidenciais, a diversidade e sustentabilidade de fato parecem ser parte da prática diária da Shell no Brasil e no mundo, como foi possível ver em toda arquitetura do seu estande: layout, TVs e temas das palestras no Shell Talks. Através do seu layout e staff, ela deu uma mensagem clara que a indústria de Petróleo e Gás tem espaço para todos, não importa sua raça e gênero e estereótipo.
Fonte: Divulgação no LinkedIn – Shell
Já nas TVs foi possível ver que o Acordo de Paris de fato está sendo levado a sério e a Shell preparou um road map para cumprir com o mesmo e tornar-se uma empresa mais limpa, estando em linha com o prometido também pelo seu CEO Ben van Beurden em seu post aqui no linkedin: “A decisive step to a cleaner energy future”.
E aí? O que você acha? Deixe seu comentário pra gente!
Até a próxima!
Ísis Ladeira é Engenheira de Petróleo pela Universidade Federal Fluminense, membro do Comitê Jovem do IBP e consultora de Estratégia na KPMG, onde também é membro do Centro de Excelência em Óleo e Gás;
Christiano Lins Pereira é auditor e consultor no Centro de Excelência em Óleo e Gás da KPMG Brasil, Engenheiro de Petróleo e Minor em Empreendedorismo e Inovação pela UFF, bem como membro do Comitê Jovem do IBP.
Victor Couto Alves é formado em Tecnologia em Petróleo e Gás, Engenharia de Produção e possui especialização em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pelo CRIE/Coppe. Possui +8 anos de experiência na área de Petróleo e Gás, mais especificamente com operações de campo e desenvolvimento organizacional. Atualmente, é Especialista em Gestão do Conhecimento na TechnipFMC, com a missão de coordenar comunidades de prática e desenvolver estratégias de colaboração em ambientes digitais.