Petróleo sobe com Biden, mas demanda incerta contém ganhos

Justiça do Rio manda prender acusados de furtar gasolina da Transpetro. Na imagem: Conjunto de tubulações metálicas, em primeiro plano, e embarcação de grande porte, ao fundo, em terminal marítimo Madre de Deus, da Transpetro (Foto: Divulgação)
Terminal Madre de Deus, da Transpetro (Foto: Divulgação)

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Editada por Gustavo Gaudarde
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Os preços do petróleo avançaram nessa quarta (20), apoiados por expectativas de que o novo presidente dos EUA, Joe Biden, promova estímulos econômicos substanciais, elevando a demanda por combustíveis, e dê início a políticas que limitariam a oferta de petróleo.

— O Brent fechou em alta de US$ 0,18 (0,32%), a US$ 56,08 o barril, enquanto o WTI avançou US$ 0,26 (0,49%), para US$ 53,24 o barril. G1, com Reuters

— O pacote de estímulos pretendido inclui cerca de US$ 1 trilhão em alívio direto às famílias e outros US$ 440 bilhões para pequenos negócios e comunidades atingidas pela pandemia.

— Hoje, os preços recuam após dados de aumento de estoque superarem as expectativas do mercado. A política da China de lockdown preventivo nos primeiros sinais de reaparecimento da covid-19 também elevam as incertezas sobre a demanda de óleo.

Nos seus primeiros atos, Biden confirmou a intenção de os EUA voltarem ao Acordo de Paris e o endurecimento de políticas internas contra os combustíveis fósseis. Exemplo é o cancelamento de autorizações para construção do polêmico oleoduto Keystone XL, projetado para interligar os EUA e Canadá.

—  Biden promete que seu plano de recuperação econômica capacitará os trabalhadores e empresas americanas para liderar uma revolução de energia limpa. epbr

Proposta pela Refap. A proposta da Ultrapar à Petrobras pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, teria ficado entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,4 bilhão, de acordo com fontes do mercado ouvidas pelo Valor.

— Em comunicado, a a Petrobras negou os valores. A petroleira informou na terça (19/1) que iniciou negociações com a Ultrapar, que teria apresentado a melhor proposta vinculante pelo ativo.

— Petrobras e Ultrapar estão em negociações exclusivas, e a expectativa é que o fechamento da operação ocorra somente ao começo de 2022. Após a aquisição, há possibilidade de a Ultrapar procurar sócios para a unidade.

— A Ultrapar também apresentou proposta para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, cujas propostas vinculantes recebidas pela Petrobras estão em análise. Caso a Ultrapar leve a Refap, no entanto, não poderá prosseguir no processo de venda da Repar, de acordo com as regras de desinvestimento da petroleira.

Vazamento. A plataforma P-65, operada pela Trident Energy na Bacia de Campos, registrou vazamento de óleo e gás no último domingo (17/1), em incidente que chegou a deixar focos de fogo no mar, mas parece não ter gerado maiores consequências, segundo a ANP.

— Segundo a ANP, a plataforma foi paralisada na sequência. Nessa quarta (20/1), a agência explicou que o incidente envolveu volume “reduzido” de óleo no mar, está controlado e não teve impactos sobre trabalhadores.

— O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) divulgou na noite de terça (19) um vídeo gravado por trabalhadores do campo de Enchova, que fica ao lado da P-65, no qual é possível ver focos de incêndio e uma fumaça negra tanto no mar quanto na plataforma.

— “Houve um vazamento de gás na linha da tocha (flare) da P-65, operada pela Trident, e o gás continha óleo”, explicou a ANP em nota.

— “Ocorreu a ignição da mistura de gás e óleo vazada, pelo flare, ocasionando a fumaça escura vista no vídeo divulgado. A planta foi imediatamente parada e despressurizada, e o incidente está controlado. Não houve mortos ou feridos”, acrescentou. UOL, com Reuters

Biometano em SP. A GasBrasiliano, que atende o noroeste paulista, e a Cocal, produtora de açúcar e etanol, assinaram contrato de compra e venda de biometano em uma uma parceria entre a concessionária, a usina e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do estado.

— O investimento estimado no projeto é de R$ 160 milhões, sendo R$ 30 milhões da GasBrasiliano, na construção de 68 quilômetros de rede de distribuição, e R$ 130 milhões da Cocal na produção de biometano, cuja planta já tem obras concluídas em mais de 70%.

— A previsão para o início da distribuição do biometano a Presidente Prudente é julho de 2022. O potencial de produção da planta é de 24 mil m³/dia de biometano (8,9 MM m³/ano).

— Por meio da rede que será construída pela GasBrasiliano, o biometano (produzido a partir de vinhaça, palha e torta de filtro, resíduos do processamento da cana-de-açúcar), partirá de Narandiba, onde fica a usina da Cocal, e seguirá até Presidente Prudente, além de Pirapozinho, também contemplada no projeto.

Etanol de milho O conselho de administração da sucroalcooleira São Martinho aprovou a implantação de uma fábrica de etanol de milho em Quirinópolis (GO), com investimentos estimados em cerca de R$ 640 milhões e início da operação previsto para novembro de 2022.

— A nova unidade será anexa à Usina Boa Vista e terá capacidade para produção anual de 210 mil m3 do biocombustível, sendo 100 mil m³ de etanol anidro e o restante de hidratado. A planta também poderá produzir 150 mil toneladas anuais de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS, na sigla em inglês), utilizado para ração animal, e 10 mil toneladas de óleo de milho.

— O início da operação está previsto para novembro de 2022, com 50% da capacidade na safra 2022/23 e 100% a partir da safra 2023/24, detalhou a companhia. Money Times, com Reuters

Eólica A fabricante de pás eólicas Aeris está perto de um fechar um contrato de R$ 2,5 bilhões com a espanhola Siemens Gamesa. O contrato, válido até 2023, prevê a entrega de pás com capacidade para produzir o equivalente a 3 GW. O contrato tem a opção de ser estendido até 2025, ampliando o volume de entregas.

— Para se ter ideia do volume mínimo fechado, a Aeris entregou o equivalente a 2 GW entre janeiro e setembro do ano passado, o que rendeu uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão.

— As pás compradas pela Siemens Gamesa serão destinadas majoritariamente ao mercado, segundo fonte ouvida pelo Valor.

Amazonas GT A Aneel não aprovou a alteração dos contratos de compra de energia celebrados com Produtores Independentes de Energia (PIEs) e a Amazonas Geração e Transmissão de Energia (Amazonas GT), controlada pela Eletrobras, como proposto pela empresa.

— Toda a energia comprada dos PIEs é entregue à distribuidora Amazonas Energia, com o repasse dos custos totais de geração, incluindo os custos de combustível, sem ganhos para a Amazonas GT.

— A proposta da Amazonas GT era alterar os contratos de compra de energia dos PIEs, atualmente 100% inflexível, para regime de disponibilidade, 100% flexível e com o custo variável unitário (CVU) definido, a serem despachados por ordem de mérito quando o CVU fosse menor que o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) ou para atender restrições elétricas no Amazonas.

— A proposta, segundo a Amazonas GT, adequaria o volume contratado à necessidade da Amazonas Energia e do sistema de Manaus, diminuindo a sobrecontratação da distribuidora e o despacho dos PIEs com CVU elevado, contribuindo com a redução da inadimplência da Amazonas Energia junto a Amazonas GT.

Novo comando na EDP Brasil O atual diretor presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, foi eleito para compor o conselho de administração executivo (CAE) da matriz, ganhando novas funções. Com isso, deixará a presidência da companhia no Brasil em meados de fevereiro. Seu substituto será João Marques da Cruz, que integra o conselho executivo da holding há mais de 15 anos.

— As mudanças deverão ser referendadas em assembleia de acionistas da EDP Brasil, prevista para 19 de fevereiro. Na reunião, também será votada a indicação de Setas para presidente do conselho no Brasil, em substituição ao ex-CEO da EDP, António Mexia; o aumento do número de membros do conselho, de oito para nove; e a eleição de novos nomes para o colegiado.

— A mudança acontece num momento de reestruturação global do grupo EDP, após seus principais executivos terem sido afastados da gestão por ordem da Justiça portuguesa.

— Em julho do ano passado, Mexia e o ex-presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, foram suspensos de suas funções no âmbito de um inquérito que investiga práticas de corrupção e participação econômica em negócio relacionados aos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), mecanismo do setor elétrico português. Valor

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