Gás Natural

Reajuste de gás natural será de 50% para 2022, segundo Abegás

Distribuidoras concluem negociação com Petrobras para contratos de longo prazo

Reajuste de gás natural será de 50% para 2022, segundo Abegás. Na imagem: instalações do Rota 3, sistema de escoamento de gás do pré-sal de campos operados pela Petrobras na Bacia de Santos (Foto: Agência Petrobras)
Instalações do Rota 3, sistema de escoamento de gás do pré-sal de campos operados pela Petrobras na Bacia de Santos (Foto: Agência Petrobras)

Distribuidoras de gás natural chegaram a um acordo com a Petrobras e os preços médios do combustível será reajustado em 50%, a partir de janeiro de 2022.

As informações são da Abegás, que representa as distribuidoras nos estados. Segundo a associação, os novos preços afetam cerca de 70% da demanda do mercado cativo e não termoelétrica.

Propostas anteriores, apresentadas há cerca de dois meses, previam reajustes maiores. A negociação levou a redução do reajuste, mas o aumento de 50% fica condicionado a contratos de longo prazo.

O novo valor da molécula, de US$ 12/MMBtu, vale para 2022. A partir da daí, o preço está sujeito a reajustes.

“Esse reajuste é decorrente das novas condições comerciais apresentadas pela Petrobras, o único ofertante com portfólio suficiente para atender as distribuidoras de gás canalizado, que, sem opções, serão obrigadas a firmar contratos nessas bases, impedindo que os consumidores tenham seu abastecimento prejudicado”, diz a Abegás.

Nesta quarta (15), cinco distribuidoras do Centro-Sul confirmaram que a Petrobras foi selecionada na chamada pública para suprimento em 2022.

O reajuste nos estados no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e na área de concessão da GasBrasiliano, em São Paulo, será de 44%. Os contratos são de quatro anos.

O aumento não entrou em vigor em vários estados que entraram na Justiça contra a Petrobras. Por força de liminares dada por tribunais locais, foram mantidas condições comerciais de 2021, com reajustes menores.

Distribuidoras tentaram manter condições atuais para abrir novas concorrências

Em novembro, a Abegás entrou com uma representação no Cade para a Petrobras manter as condições dos contratos de gás natural com as distribuidoras enquanto a estatal ainda for a principal supridora do mercado.

A ideia era manter o mercado aberto para concorrências no curto prazo. As empresas entendem que as condições para abertura do mercado não estão colocadas – acesso à capacidade em gasodutos de transporte, integração de malhas e a oferta adicional de GNL, por exemplo.

Os preços do gás natural disparam no mundo inteiro e estão, inclusive, descolados dos valores de referência do petróleo, que também subiram este ano. No Brasil, a situação é agravada pela desvalorização do real.

No caso do Centro-Sul, por exemplo, a chamada pública recebeu um total de 130 propostas de 13 empresas com diferentes perfis.

Entre os agentes, estavam Shell e Petrobras, que acabou fechando sozinha os contratos. A Shell é a segunda maior empresa em volume de produção de petróleo e gás no Brasil.

Com perfis variados de comercialização, entraram na concorrência a GasBridge, Trafigura, EBrasil, Compass (Cosan), New Fortress Energy e Nimofast, além de dois produtores de biometano (CRVR e Cocal), e a Tradener, produtora de gás em terra.

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